Gripe pode atrasar votação na Assembleia
Kátia Chagas
As medidas preventivas adotadas pela Assembleia Legislativa contra a gripe suína podem atrasar a votação do projeto que proíbe o cigarro em todos os ambientes fechados coletivos e públicos do Paraná.
Voto a voto
Veja como votou cada vereador:
30 votaram a favor
Aladim Luciano (PV); Algaci Tulio (PMDB); Beto Moraes (PSDB); Caíque Ferrante (PRP); Cantora Mara Lima (PSDB); Celso Torquato (PSDB); Denilson Pires (DEM);Dirceu Moreira (PSL); Dona Lourdes (PSB); Emerson Prado (PSDB); Felipe Braga Cortes (PSDB); Francisco Garcez (PSDB); Jair Cézar (PSDB); João do Suco (PSDB); Jonny Stica (PT); Juliano Borghetti (PP); Julião Sobota (PSC); Mario Celso Cunha (PSB); Noemia Rocha (PMDB); Odilon Volkmann (PSDB); Omar Sabbag Filho (PSDB); Paulo Frote (PSDB); Professora Josete (PT); Professor Galdino (sem partido); Roberto Aciolli (PV); Roberto Hinça (PDT); Serginho do Posto (PSDB); Tico Kuzma (PSB); Valdemir Soares (PRB); e Zé Maria (PPS).
7 faltaram à sessão
Aldemir Manfron (PP); Jairo Marcelino (PDT); João Cláudio Derosso (PSDB); Julieta Reis (DEM); Pedro Paulo (PT); Renata Bueno (PPS); e Sabino Picolo (DEM).
Presidiu a sessão
Tito Zeglin (PDT).
Os vereadores de Curitiba anteciparam-se aos deputados estaduais e aprovaram ontem, por unanimidade, o projeto de lei que proíbe o cigarro ou derivados do tabaco em todos os ambientes de uso coletivo públicos ou privados da capital. A proposta, de autoria do vereador Tico Kuzma (PSB), veta também a presença dos chamados fumódromos espaços reservados exclusivamente para fumantes e só abre exceção para tabacarias e centros religiosos nos quais o fumo faça parte do rito. Hoje, o projeto será votado em segundo turno e, na sequência, seguirá para a sanção do prefeito Beto Richa (PSDB). Depois disso, os estabelecimentos terão 90 dias para se adequar à nova lei.
A versão original do projeto permitia que bares, boates e restaurantes mantivessem fumódromos, desde que os espaços fossem isolados e tivessem sistemas de ventilação e exaustão de ar para não contaminar o restante do estabelecimento. No entanto, a redação final da proposta praticamente idêntica à que tramita na Assembleia Legislativa eliminou essa parte do texto, porque, segundo Tico Kuzma, a questão de saúde pública deve sempre prevalecer sobre as demais. "Nas reuniões que fizemos para debater o assunto, surgiu o entendimento de que o fumódromo só incentiva as pessoas a fumar, sobretudo os jovens", afirmou. "Além disso, quando você dificulta que a pessoa fume, ela tem mais estímulo para largar o vício."
Pela proposta aprovada ontem, os donos dos estabelecimentos deverão alertar os clientes que insistirem em fumar e, se for necessário, retirá-los do local outros consumidores também poderão acionar a Vigilância Sanitária, que deverá fiscalizar a aplicação da lei. Os comerciantes que descumprirem a legislação receberão multa de R$ 1 mil e, em caso de reincidência, de R$ 2 mil. O projeto ainda cita as punições já previstas no Código Municipal de Saúde, que podem resultar até no cancelamento do alvará de funcionamento.
Sessão tranquila
Durante toda a sessão, os vereadores que subiam à tribuna para elogiar a proposta eram aplaudidos por representantes da área de saúde e da sociedade civil que estavam no fundo do plenário. O líder do prefeito na Câmara, Mario Celso Cunha (PSB), afirmou ser legítima a defesa feita pelos donos de bares e restaurantes, mas defendeu que, se os fumódromos fossem permitidos, seria melhor retirar o projeto de pauta e arquivá-lo. "Não há nada comprovando que exista proteção para evitar que a fumaça se espalhe", argumentou. "O cigarro mata muito mais que a gripe suína. Cerca de 4 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde".
Diante dos números apresentados pelos vereadores, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fabio Aguayo, garantiu que os empresários também são contra o cigarro. Ele defendeu, no entanto, que é preciso respeitar o direito dos clientes fumantes e que não houve debate sobre o assunto na Câmara, ao contrário do vem ocorrendo na Assembleia. "Não conseguimos nem nos mobilizar para vir aqui na sessão, porque tudo foi feito a toque de caixa", criticou. "Na verdade, parece uma competição para definir quem é o pai da ideia." Aguayo revelou que tentará se reunir hoje com o prefeito Beto Richa para pedir que o projeto não seja sancionado da forma como foi aprovado. "Nossa última tentativa será ir à Justiça", afirmou.
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Interatividade
Os vereadores têm o direito de definir onde uma pessoa pode fumar ou não?
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