Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) é amiga pessoal e visitou neste sábado (30), o ex-parlamentar e ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal. Conhecido como o "homem da motosserra", ele liderou na década de 90 um esquadrão da morte no Acre na década de 90.
Preso há 13 anos, Hildebrando está internado no Hospital de Clínicas do Acre por enfrentar problemas de saúde. Foi no leito do hospital que ele recebeu a visita da deputada. Lúcia não respondeu as ligações para comentar a visita. Sua assessoria confirmou que ela é amiga e esteve com Hildebrando. Ele pediu a ela ajuda nos processos, que, em sua visão, estariam sendo encaminhados de forma política. Lúcia era cotada para substituir o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na hipótese de uma renúncia dele. Nessa semana, ela ameaçou deixar a comissão após a declaração dele de que o colegiado era dominado por Satanás.
Por ter ordenado um assassinato em que foi utilizada uma motosserra e um facão para esquartejar a vítima o ex-policial militar foi condenado em 2009 a 18 anos de prisão. O total de condenações de Hildebrando já alcança 106 anos de prisão, mas a legislação brasileira limita a 30 anos o cumprimento de penas. Ele foi cassado pela Câmara dos Deputados em 1999, quando os fatos vieram à tona.
Mesmo preso, ele enviou duas cartas com ameaças e tentativas de extorsão. Em correspondências à desembargadora Eva Evangelista, do Tribunal de Justiça do Acre, e à procuradora de Justiça Vanda Milani Nogueira, ex-cunhada de Hildebrando, ele pede dinheiro e ameaça fazer denúncias ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que as duas teriam participado de uma fraude em concurso público. Nas cartas, ele faz ataques ainda aos irmãos Jorge Viana (PT), senador, e Tião Viana (PT), governador, seus adversários políticos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.