Logo após o anúncio de que Antônio Indio da Costa (DEM-RJ) formaria a dobradinha com José Serra na chapa oposicionista, o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) lembrou, via Twitter, que o democrata foi alvo de investigação em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal do Rio, quando era secretário de Administração do então prefeito Cesar Maia.

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Naquele cargo, Indio foi responsável por um processo de licitação de merenda escolar considerado fraudulento. A CPI pediu seu indiciamento por suposto envolvimento com as irregularidades. O relatório foi enviado para o Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Município e à Delegacia de Polícia Fazendária. Promotores estaduais chegaram a instaurar inquérito em que ele figurou como investigado, mas o procedimento acabou sendo arquivado em 2008.

Segundo dados da Transparência Brasil, Indio também gastou, desde o início do mandato de deputado, R$ 733,8 mil com verbas indenizatórias da Câmara. Para justificar gastos de R$ 95 mil desse total, ele usou notas fiscais emitidas pelo criador de seu site na internet. O valor que ele diz ter pago é 31 vezes superior à média de mercado: a criação de uma página na internet semelhante à do deputado custa, em média, R$ 3 mil.

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Apartamento

As notas foram emitidas pela empresa Moscatelli Manutenção em Serviços Digitais, cuja sede é um apartamento residencial na Rua Santa Clara, em Copacabana (RJ). O dono, Roberto Moscatelli Lima de 30 anos, foi o responsável pela criação da página destinada a divulgar o mandato de Índio da Costa na web.

À reportagem, Moscatelli disse que os pagamentos se referem ao serviço de criação do site. Confrontado com a média de preço de mercado para páginas semelhantes, ele disse não saber quanto recebeu do gabinete de Indio. "Não tenho como te dizer isso, procura a assessoria dele."

O DEM, por meio de sua Assessoria de Imprensa, rebateu o comentário de Brizola Neto, a respeito da CPI que investigou suposta fraude em licitação da merenda escolar sob responsabilidade de Indio da Costa à época em que era secretário de Administração da Prefeitura do Rio. Segundo o partido, o Ministério Público investigou a denúncia e não encontrou provas contra ele. O deputado, diz o DEM, combateu um cartel que trazia prejuízos ao município.

Em relação às despesas efetuadas para custear montagem de seu site, a assessoria de Indio limitou-se a informar que elas estão "dentro dos limites estabelecidos pelas normas da Câmara que regulam os gastos da verba indenizatória". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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