A Assembléia Legislativa adiou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar as denúncias de escula telefônica ilegal envolvendo políticos e empresários no Paraná. A CPI do Grampo, que deveria começar a funcionar ontem, não foi instalada porque o vice-presidente da Assembléia, Pedro Ivo Ilkiv (PT) não compareceu à sessão. Pelo Regimento Interno da Casa, a função cabe ao vice.
Se depender da disposição da maioria dos parlamentares em iniciar a CPI, a investigação não vai sair do papel. O próprio presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PSDB), reconhece a dificuldade. "Temos apenas 10 sessões antes do recesso parlamentar e a CPI termina nesta legislatura. O Ministério Público está com a investigação muito mais avançada", diz Brandão.
A primeira tentativa de criar a comissão foi feita há mais de dois meses, logo após a prisão do policial civil Délcio Rasera, que trabalhava para o governo e foi acusado de grampear telefones de forma ilegal. O pedido de CPI foi feito pelo líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), mas a bancada do governo apresentou outro requerimento no mesmo dia defendendo a investigação de denúncias de grampo nos últimos 12 anos, envolvendo o ex-governo.
Segundo Hermas Brandão, o requerimento dos governistas foi apresentado 20 minutos antes do pedido da oposição e ficou valendo o primeiro. Dos sete integrantes da CPI, cinco são da bancada do governo. Para a oposição, a comissão não vai chegar a lugar nenhum porque os governistas vão tentar desviar o foco do policial Rasera, que estava à disposição do atual governo. (KC)
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