O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Villagra (PT), que será empossado na próxima terça-feira (23) para comandar o Executivo da segunda maior cidade do Estado após a cassação do pedetista Hélio de Oliveira Santos, recebeu secretários durante o expediente desta segunda-feira e teve um encontro com o presidente da Câmara, vereador Pedro Serafim Junior (PDT). Segundo informações de sua assessoria, o encontro foi para tratar detalhes da posse e anunciar o nome do vereador Josias Lech (PT) para liderança de governo no Legislativo.
Vilagra não antecipou nenhuma alteração no secretariado, mas durante a sessão de julgamento do pedido de impeachment de Santos, na madrugada do último sábado, a informação nos corredores da Câmara era a de que o petista já estava reunido com seus homens de confiança para definir as mudanças. Vilagra assume a Prefeitura sob o risco de responder a uma Comissão Processante (CP) que só aguarda a assinatura do termo de posse para sair do papel, segundo informaram alguns parlamentares. A bancada do PSDB já avisou que não vai ignorar as acusações que pesam sobre o prefeito a ser empossado.
O petista foi acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) dos supostos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e fraudes em licitações, após o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desbaratar esquema de corrupção na Sanasa, empresa de saneamento de Campinas. A Justiça decretou por duas vezes a prisão do petista neste ano. Em uma das vezes Vilagra chegou a ser detido. As prisões foram revogadas posteriormente.
"Não vamos ficar inertes", afirmou o vereador Artur Orsi (PSDB), autor do pedido de cassação de Hélio de Oliveira Santos. Apesar do coro da oposição, o PT tenta costurar alianças no Legislativo para impedir a instauração da CP contra Vilagra e busca apoio de outros partidos, inclusive nas esferas estadual e federal. "Assumo o compromisso de trabalhar para o fortalecimento da relação entre o Executivo e o Legislativo", afirmou Josias Lech. A defesa de Hélio de Oliveira Santos, que sinalizou com a possibilidade de ir à Justiça para tentar anular o resultado da sessão de julgamento, informou hoje que ainda estuda as medidas cabíveis.
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