O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), afirmou nesta terça-feira (4) que não tem "nenhuma briga com o Supremo".

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Vargas foi protagonista da sessão de abertura do Congresso Nacional, na segunda-feira (3), ao fazer, ao lado do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, o gesto adotado por petistas presos no processo do mensalão e que virou símbolo da campanha contra o resultado do julgamento.

"Não temos nenhuma briga com o Supremo. Temos uma divergência de fundo. Nós entendemos que o julgamento foi político. Um crime eleitoral comum foi tratado como se fosse o maior escândalo de corrupção no Brasil. Enquanto há uma condescendência com os escândalos no período FHC, a compra de voto na reeleição e agora mais recentemente essa questão dos trens de São Paulo, o metrô de São Paulo", disse.

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Segundo ele, "não há nenhum tipo de embate a ponto de desestabilizar as instituições". O que há, disse, é um tratamento "seletivo" por parte da corte, que está "tratando réus confessos de forma condescendente e homens como o [José] Genoino [ex-presidente do PT], com a história de vida dele, que não cometeu nenhuma ilegalidade a não ser um contrato que tem a ver com a questão eleitoral ser tratado como foi tratado".

Questionado se teria manifestado ontem alguma vontade de agredir Barbosa, disse: "Não, de forma alguma. Nada a ver, como diz o matuto. Talvez algum jornalista criativo tenha inventado essa história num momento de excesso de exposição em relação a esse tema."

Caso Siemens

Sobre o possível desmembramento do inquérito da Siemens que investiga a existência de um cartel que atuava no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e envolve membros do PSDB, o petista disse não ter opinião sobre o tema.

Afirmou, contudo, que a teoria do domínio do fato, aplicada durante o julgamento do mensalão -já que não houve provas materiais contra alguns réus-, deve ser aplicada no escândalo de corrupção no governo paulista.

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"Num momento em que você usou um critério para o julgamento da AP 470, esse critério deveria ser aplicado a todos, independentemente se é do PT, PSDB, de outro partido ou sem partido também", defendeu Vargas.

Segundo ele, houve "açodamento" por parte do Supremo para julgar o mensalão dessa forma.