Familiares e amigos cobram lista de passageiros no balcão da TAM no Salgado Filho| Foto: José Ernesto/Correio do Povo
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Após o acidente com o avião da TAM, qualquer procedimento aéreo que fuja da rotina já vira motivo de preocupação para os passageiros. Na manhã desta quinta-feira (19), um avião Fokker 100 da TAM, que saiu de Maringá, Noroeste do Paraná, teve que arremeter o pouso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Câmeras flagraram a operação, que virou destaque na imprensa nacional.

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Segundo a Infraero, o avião não estava na altura ideal para o pouso, estava muito alto, e teve que abortar a operação. O avião que fazia o vôo 3400 fez o procedimento padrão e conseguiu pousar em Congonhas mesmo, alguns minutos depois. O pouso estava previsto para as 7h26, mas com a abortagem do primeiro pouso o avião desceu em Congonhas somente às 7h42.

A primeira informação era que o Fokker 100 da TAM havia pousado em Guarulhos, mas isso não aconteceu. O piloto voltou e fez o pouso normal em Congonhas. A assessoria de imprensa da TAM afirmou que vai divulgar uma nota oficial sobre o caso ainda na manhã desta quinta-feira.

O site do jornal "O Estado de São Paulo"publicou uma entrevista com um dos passageiros que estavam no Fokker. José Camargo Brisbachel é diretor comercial da Rede Record no Paraná. Segundo ele, o piloto tranqüilizou os passageiros e informou que iria tentar um novo pouso em virtude da neblina que existia naquele momento no Aeroporto de Congonhas.

"Quando nós estávamos nos aproximando da cabeceira da pista, de imediato o piloto decidiu que deveria arremeter em razão da má visibilidade. Eu acredito que a atitude dele foi a correta", disse. "Naquele momento, ele tomou a decisão, quando nós sentimos que (o avião) estava tomando altura, ele falou: 'olha, tive que adotar esse procedimento em virtude de não ter havido a oportunidade de ter o ângulo correto'". Para o diretor, o piloto foi muito competente na manobra e passou confiança aos passageiros.

A imagem do avião arremetendo foi filmada por câmeras da TV Globo. O trem de pouso já havia sido acionado e teve que ser recolhido. Apesar das nuvens na região de Congonhas, o aeroporto operava normalmente durante a manobra, segundo a Infraero.

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O procedimento de arremeter é considerado normal pelos pilotos, mas coloca ainda mais dúvida sobre a segurança das pistas de Congonhas. O tempo está bom nesta quinta em São Paulo, com nuvens baixas na região do aeroporto, mas com visibilidade.

Apenas a auxiliar, que é mais curta, está em operação. A principal está fechada desde terça, por causa do acidente com o vôo 3054. Ela foi reaberta no fim de junho, depois de 45 dias de reforma, sem o grooving, ranhuras que permitem drenagem da água.

Os procuradores da República pedem ainda que a Justiça determine uma perícia para apontar quais as verdadeiras condições de segurança do aeroporto.

Na terça-feira (17), um Airbus A320 da TAM sofreu o pior acidente da aviação brasileira ao não conseguir pousar em Congonhas e explodir após bater ao bater no prédio da TAM Express. Três paranaenses e uma pessoa que morava no Paraná morreram no acidente.