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A defesa do adolescente R.B.S, de 17 anos, que matou a mãe no último sábado, deve usar como argumento as constantes rebeliões na Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem) e o clima de violência dentro da instituição para tentar garantir que o rapaz aguarde em liberdade a decisão da Vara da Infância e da Juventude. O advogado Geraldo Sadriano, contratado para defender o adolescente, afirmou que teme pela segurança do rapaz dentro da Febem. Zeli Boeira de Abreu, de 34 anos, foi enterrada nesta segunda-feira em Caxias do Sul (RS).

R. foi encaminhado para Unidade de Acolhimento Inicial da Febem do Brás, na zona leste da capital, no domingo, um dia depois do crime. A internação é provisória, por 45 dias. Agora, R. será ouvido pelo juiz Sérgio Mazina Martins, da 2ª Vara da Infância e Juventude, o que pode ocorrer ainda nesta segunda-feira. O juiz é quem vai decidir se R. vai permanecer na Febem ou aguardar a decisão da Justiça em liberdade assistida ou, ainda, em regime de semi-liberdade.

- Ele (R.) não conhece o meio e pode ser hostilizado, como ocorre com qualquer pessoa que nunca esteve em uma instituição penal - afirma Sadriano.

O advogado informou que o ex-padrasto do adolescente, Marcelo Abreu, vai pedir à Justiça a tutela de R. De acordo Sadriano, o pai biológico de R. morreu e ele foi registrado por um homem com quem nunca teve contato.

Abreu prometeu dar apoio e suporte ao adolescente. Em entrevista ao jornal 'Diário de S.Paulo' ( leia aqui ), considerou que a morte foi acidental, pois o rapaz não teria intenção de matar a mãe.

O primeiro promotor que ouviu R., no sábado, Oswaldo Monteiro da Silva, considerou que o adolescente deve responder por homicídio qualificado (com intenção de matar), cometido por motivo fútil.

- Tudo leva a crer que havia uma briga familiar por conta de notas escolares. Isso teria levado ao crime - disse Silva.

R. matou a mãe estrangulada, depois de uma discussão. Os dois estavam sozinhos no apartamento, no Morumbi, zona sul. Em depoimento à polícia, R. afirmou que matou em legítima defesa. Segundo o rapaz, a discussão teria ocorrido porque ele estava de castigo e desobedeceu a mãe, saindo para jogar futebol com os amigos na sexta-feira. Na briga ocorrida na madrugada de sábado, ela teria ido em direção a ele com uma faca, depois de tê-lo expulsado de casa.

O advogado Geraldo Sadriano afirmou que confia que R. será colocado em liberdade, pois agiu em legítima defesa.

Os vizinhos do prédio onde moravam, no entanto, disseram que o rapaz era violento e que ouviam as brigas constantes.

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