Mais um dia de transtorno para os passageiros que usam o transporte aéreo no Brasil por conta do colapso da capacidade do tráfego aéreo. No fim da tarde desta segunda-feira a Infraero informou que 29 vôos que decolariam do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, tiveram que ser suspensos. Em Congonhas, São Paulo, alguns vôos também foram suspensos. No aeroporto de Brasília, onde os problemas começaram, todas as decolagens foram canceladas. A Infraero ainda não divulgou o motivo para a decisão.
Os controladores de vôo estão cumprindo operação-padrão depois do acidente com o Boeing da Gol, há um mês. Eles estão seguindo as regras internacionais, que pregam que um controlador só pode cuidar de até 14 aviões ao mesmo tempo. Antes do acidente, eles chegavam a supervisionar até 20 aeronaves. A explicação oficial é de que há um excesso de tráfego aéreo. A Infraero informou que na manhã desta segunda-feira houve atraso de duas horas, em média, nos pousos de sete vôos. Também foram registrados atrasos nas decolagens de dez aeronaves. Há um temor pela proximidade do feriadão de Finados, quando o movimento nos aeroportos aumenta consideravelmente.
Os atrasos em vôos de cinco estados começou na sexta-feira, no aeroporto de Brasília, quando 32 vôos sofreram atrasos. O colapso ocorreu especialmente na parte da manhã. Um avião chegou a decolar quatro horas depois do horário programado. Vôos com destinos variados, como São Paulo e Rio, atrasaram horas e passageiros foram colocados e retirados das aeronaves, pois elas acabavam não recebendo autorização para decolar devido à sobrecarga dos controladores de vôo.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse sexta-feira que há um projeto de expansão do número de controladores de vôo e que o atual quadro será "ampliado enormemente". Para ele, no entanto, os congestionamentos nos vôos em Brasília não têm relação com o afastamento de oito controladores que trabalhavam no dia do acidente com o avião da Gol. O ministro argumentou que houve um crescimento do transporte coletivo na aviação e também de aviões particulares.
No domingo, dia movimento menor, a situação nos aeroportos do país foi praticamente normalizada. Segundo a Aeronáutica, houve demora para os passageiros que usaram os aeroportos de Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio, mas num período de tempo bem inferior ao registrado sexta-feira. Segundo nota divulgada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no fim da noite de domingo, a média de tempo aguardado para a liberação de pousos e decolagens nas cidades afetadas variou de 30 minutos a uma hora, causando uma sucessão de atrasos de manhã. À tarde, a média de espera variou de duas horas e meia a quatro horas, sobretudo nas linhas entre São Paulo e Brasília. No meio da tarde, o fluxo foi normalizado em Belo Horizonte e Rio.
Estão sendo priorizados os vôos comerciais nos aeroportos das cidades afetadas pela operação-padrão. Foram deslocados para Brasília mais controladores de vôo. E foi determinado que pequenas aeronaves só pousem ou decolem em momentos em que o fluxo aéreo esteja controlado.
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