A votação final do processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff, no plenário do Senado, deve ocorrer na manhã desta quarta-feira (31). A previsão é do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que conduz todo o julgamento, iniciado na última quinta-feira (25).
A etapa final começa com a leitura de uma espécie de resumo do processo, feito pelo presidente do STF. Na sequência, dois senadores falam a favor do impeachment e outros dois defendem o voto contra. A votação acontece em seguida e é rápida. Os senadores digitam o voto, que aparece no painel eletrônico do plenário.
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Eles devem responder “sim” ou “não” para a seguinte pergunta: A presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade na edição de três decretos de crédito suplementar sem aval do Legislativo e no atraso do governo federal dos repasses a bancos públicos das subvenções ao Plano Safra?
A ideia de Lewandowski é encerrar as falas dos senadores ainda nesta terça-feira (30), mesmo que avance para a madrugada. A sessão já começou, às 10h32, com a manifestação da acusação. A advogada Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior usaram 1h30 para falar. Em seguida, o mesmo tempo foi dado ao advogado José Eduardo Cardozo, que defende a presidente Dilma.
Após o intervalo do almoço, os senadores devem começar a fazer seus discursos. Cada um tem 10 minutos para falar e 65 dos 81 senadores já se inscreveram. O número de oradores pode ser alterado ao longo do dia. O discurso é considerado importante pelos senadores, já que é a última oportunidade para eles explicarem suas posições em relação ao impeachment.
Os três senadores do Paraná já se inscreveram: Roberto Requião (PMDB) é o segundo a falar; Alvaro Dias (PV) é o décimo; e Gleisi Hoffmann é a 17.ª. Requião e Gleisi são contra o impeachment. Alvaro Dias é a favor.
O julgamento tem sido realizado em uma única sessão plenária, que é “dividida” ao longo dos dias. Etapas do julgamento já foram realizadas na quinta-feira (25), sexta-feira (26), sábado (27) e segunda-feira (29). O ponto alto da sessão foi na segunda-feira (29), quando a presidente Dilma foi pessoalmente se defender no plenário, sendo interrogada por 48 senadores.
Viagem de Temer
Deixar a votação para quarta-feira (31) atrapalha os planos do presidente interino, Michel Temer, que viaja neste mesmo dia para a China, onde participará de reunião do G20. O Palácio do Planalto já demonstrou preocupação com essa informação.
Confirmado, como se espera, o impeachment de Dilma, o peemedebista ainda precisa tomar posse em sessão do Congresso Nacional, prevista para ocorrer logo em seguida.
A viagem para a China dura cerca de dois dias. Em 2 de setembro, assim que chegar, Temer se encontra com o presidente chinês, Xi Jinping. A reunião do G-20 está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.
Temer pretende retornar ao Brasil para participar da abertura da Paraolimpíada em 7 de setembro.
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