O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, recebeu recursos desviados da Petrobras para sua campanha ao governo da Bahia, em 2006.
A informação foi revelada nesta sexta (8) pelo jornal “Valor Econômico”. Documentos com as informações de Cerveró à Procuradoria-Geral da República foram mais tarde publicados no site do jornal “Estado de S. Paulo”.
Segundo Cerveró, “houve um grande aporte de recursos para o candidato do PT, Jaques Wagner, dirigido por Gabrielli”.
O então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, havia decidido transferir para a Bahia o setor financeiro da estatal e, para isso, foi construído um prédio em Salvador, de acordo com o relato de Cerveró.
“Gabrielli decidiu realocar a parte operacional da parte financeira para Salvador sem haver nenhuma justificativa, pois havia espaço para a referida área no Rio de Janeiro”, afirma.
“Foi construído o prédio para a área financeira da Petrobras, onde também houve propina para a eleição”, completa Cerveró no depoimento feito à Procuradoria antes de fechar seu acordo de delação.
O prédio teria sido erguido em contrato de locação firmado em 2010 entre a Petrobras e o Petros, o fundo de pensão dos funcionários da estatal. A Petros, em nota oficial, negou as irregularidades, alegando ter feito o primeiro aporte para as obras só em 2011.
As empreiteiras OAS e Odebrecht, investigadas na Lava Jato, foram contratadas para a construção da torre.
DELCÍDIO
Os documentos foram apreendidos no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela Lava Jato sob suspeita de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras.
Em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Delcídio oferece uma mesada à família e discute a fuga do ex-diretor em troca de não haver delação.
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