O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou pela primeira vez, publicamente, que não irá renunciar ao cargo de vice-presidente da Casa. Ele chegou há pouco à Câmara, percorreu o Salão Verde e, sem parar para falar com os jornalistas, apenas respondeu que não renunciaria e que é preciso administrar o país.
“Não tem renúncia, sem renúncia. É preciso administrar o país”, disse, antes de entrar no gabinete da presidência nesta sexta-feira (13).
Há uma semana como presidente interino da Casa, depois do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara e do mandato parlamentar, Maranhão está sendo pressionado a renunciar depois que assinou ato anulando a votação do impeachment na Câmara, revogado por ele próprio diante da repercussão negativa na Casa e da decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) de ignorar a decisão.
O PP ameaça expulsão Maranhão da legenda e o DEM e o PSD entraram com representação contra ele no Conselho de Ética. Há partidos também defendendo que a Câmara tome uma decisão drástica de afastamento dele do cargo, votando em plenário proposta neste sentido. Para os partidos, Maranhão se desgastou perante a Casa e não teria condição de presidir votações importantes de propostas na Casa.
Mesmo assim, Maranhão resiste e tem avisado por aliados próximos que não renunciará. Uma alternativa começou a ser construída por aliados de Cunha, propondo que ele seja mantido no cargo, mas que as sessões plenárias sejam presididas por outro integrante da Mesa Diretora, o primeiro secretário Beto Mansur (PRB-SP) ou o segundo vice-presidente da Casa, Fernando Giacobo (PR-PR).
No dia da despedida, Dilma dá bronca, fica impaciente e janta com amigas
Leia a matéria completaA solução deixaria Maranhão com papel de “rainha da Inglaterra”, tem o cargo, mas não comanda. A oposição continua defendendo que seja declarada a vacância da presidência da Câmara, já que o afastamento de Cunha é por tempo indeterminado, até o julgamento da ação penal contra ele no Supremo Tribunal Federal.
Ontem aliados de Maranhão disse que nas conversas que ele tem mantido com líderes e aliados, ele apresenta as duas soluções: aceitaria uma “gestão compartilhada da Câmara”, dividindo com os líderes e os demais integrantes da Mesa, o que abriria espaço para que outros comandem a sessão ou toparia declarar a vacância da presidência da Câmara, como pressiona a oposição. E quer ouvir deles, segundo seus aliados, o que preferem.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Deixe sua opinião