O ministro da Defesa, Waldir Pires, rebateu nesta terça-feira as declarações do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes. Indignado, o ministro negou ter dito em reunião com Nardes que seria preciso rezar para que a crise aérea terminasse.

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- Isso é falta de ética, falta de ética na relação institucional - afirmou o ministro, em referência ao relato feito por Nardes à imprensa sobre reunião entre os dois na segunda-feira.

Segundo o ministro da Defesa, durante o encontro ele relatou tudo o que está sendo feito pelo governo para enfrentar a crise e acrescentou que "se Deus nos ajudar, tudo bem, aí sim, muito melhor".

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- Eu sou um homem cristão. Essa posição é da minha formação - disse Pires, que em seguida completou:

- Quando trabalhei na Controladoria Geral da União sempre tive com o Tribunal de Contas a melhor das relações e acho que as relações devem ser sérias - reagiu, irritado.

Augusto Nardes é relator de auditoria promovida pelo Tribunal de Contas da União no setor aéreo. Seu relatório será apreciado pelo tribunal nesta terça-feira.

A partir do fim de outubro, controladores aéreos em todo o país passaram a trabalhar em regime de operação padrão em protesto por melhores condições de trabalho após o acidente com o avião da Gol, que deixou 154 mortos.

Na semana passada, os problemas do setor ficaram mais evidentes quando dezenas de vôos foram cancelados e outras centenas sofreram atrasos em todo o país depois de uma falha em aparelho de comunicação do centro de controle aéreo Cindacta 1, baseado em Brasília. Nesta terça, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que a situação aérea só se tornará ideal em março do ano que vem.

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Waldir Pires disse ter mostrado ao ministro do TCU números mostrando que não houve contingenciamento de recursos para o setor aéreo em 2006. Em 2005, ainda de acordo com Pires, foram contingenciado 3% do total de recursos previstos para o setor.

- Por antecipação, eu disse a ele (Augusto Nardes) que (a crise) não é por falta de contingenciamento - disse Pires.

Perguntado pelos jornalistas sobre o que teria provocado a crise, o ministro afirmou:

- Problemas de certa gestão na manutenção, mas que já estão sendo corrigidos.

O vice-presidente José Alencar saiu em defesa de Waldir Pires. Ele, que já ocupou o cargo de ministro da Defesa, disse que não quer voltar para a função e afirmou que a escolha de ministros é uma questão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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- O Ministério da Defesa está muito bem entregue. O ministro Waldir Pires é um dos melhores brasileiros que possuímos, é um homem de bem e está fazendo todo esforço para resolver o problema - disse.