Porto Alegre - A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), levou um susto ontem ao acender a "Chama Crioula" na abertura da Semana Farroupilha, em Porto Alegre. O acidente aconteceu quando Yeda, vestindo trajes típicos gaúchos, acendeu uma pira em forma de cuia de chimarrão. O fogo acabou subindo alto e chamuscando a governadora e assessores que participavam da solenidade. Mas, segundo a assessoria de imprensa de Yeda, a ela não se feriu.
A Semana Farroupilha, celebrada todos os anos pelos gaúchos, lembra a Guerra dos Farrapos (1835-1845), quando o Rio Grande do Sul se declarou independente do resto do Brasil. O tema de 2009 do evento é "Os Farroupilhas e suas Façanhas".
Tumulto
O acidente na abertura da Semana Farroupilha não foi o único problema que Yeda vem enfrentando nos últimos tempos. Ontem, o impasse entre aliados da governadora e sua oposição resultou em confusão, na Assembleia Legislativa, que abriu uma CPI para investigá-la e um processo de impeachment para cassá-la. Houve um tumulto entre sindicalistas contrários à tucana e deputados governistas.
Para pressionar deputados da base a comparecer às sessões da CPI, deputados de oposição exibiram gravações feitas pela Polícia Federal de telefonemas em que aliados de Yeda aparecem supostamente negociando recebimento de propina. Enquanto a oposição apresentava as gravações numa sessão esvaziada, os deputados da base de Yeda convocaram uma entrevista coletiva para criticar a presidente da CPI, deputada Stela Farias (PT). Um grupo de sindicalistas, integrantes do movimento "Fora Yeda", invadiu a sala com palavras de ordem e houve tumulto. Quando deixaram o local, seguranças passaram a vigiar a sala.
A maioria das conversas telefônicas apresentadas ontem foi interceptada no fim de outubro de 2007, dias antes de a PF deflagrar a Operação Rodin e desmontar um esquema de desvio de R$ 40 milhões do Detran gaúcho. Os áudios integram os autos da ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra Yeda e mais 8 pessoas.
A estratégia da oposição visou a constranger os deputados da base aliada, que se ausentaram das três últimas sessões para não dar quorum à votação dos requerimentos para a convocação de pessoas. Segundo os deputados da base, as provas apresentadas até agora "não têm valor legal" porque não foram aprovadas pelo plenário antes de serem requeridas pela presidente da comissão à Justiça Federal.
Os aliados de Yeda, que ocupam 8 das 12 vagas da CPI, dizem que só voltarão às sessões depois que Stela se comprometa a submeter ao plenário a votação de um plano de trabalho.
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