O doleiro Alberto Youssef voltou a ser interrogado na Justiça Federal, em Curitiba, nesta terça-feira (31). O novo depoimento foi marcado para dar a chance de Youssef falar na ação penal que trata da lavagem de dinheiro e evasão de divisas realizadas utilizando a empresa Labogen.
De acordo com o advogado dele, Antônio Figueiredo Basto, o depoimento do doleiro deixou claro que o esquema desvendado na Operação Lava Jato era político. “Esse esquema funcionou efetivamente de uma maneira vertical, com o comando dos agentes políticos para fazer funcionar a máquina política por pelo menos 12 anos”, disse Basto. “O dinheiro era pago lá fora, o Leonardo [Meirelles, dono da Labogen] fazia os reais aqui no Brasil e ele [Youssef] entregava aos partidos políticos”, disse o advogado.
“Eu era meramente uma engrenagem por trás desse processo todo. Esse processo tinha o poder público por trás disso”, disse o doleiro em seu depoimento.
Esta é uma das 11 ações penais em que Youssef é réu. A ação refere-se à acusação de que o doleiro teria liderado uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013 por meio de importações fictícias com base em contratos de câmbio firmados por empresas de fachada. Dentre as empresas utilizadas para evadir o dinheiro estão a Labogen e a Piroquímica.
O pedido do novo depoimento foi feito pela defesa de Youssef, porque no primeiro interrogatório ele ficou calado, já que não tinha feito acorde de delação premiada.
Na saída da audiência, o advogado do doleiro disse que busca o perdão judicial para o cliente. “É a colaboração mais expressiva, sem a qual essa operação jamais teria chego onde chegou”, argumentou Basto. “Não haveria sequência na Lava Jato se não houvesse a colaboração dele”, disse.
Além disso, Basto argumenta que Youssef não era o mentor do esquema, como apontou o Ministério Público Federal (MPF). “Se tirar o Alberto Youssef disso o esquema continuaria operando”, diz. “os verdadeiros donos do esquema estão em liberdade e provavelmente usaram esse dinheiro para se eleger duas, três vezes”, concluiu o advogado.
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