Alunos da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) entraram em pânico esta semana depois de encontrarem uma carta, em um dos banheiros da instituição, contendo uma ameaça à universidade. O texto, anônimo, cita o
ataque a tiros na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, (SP) no último dia 13 de março, como parte de um plano colocado em prática por “
pessoas com problemas emocionais” captadas para matar. “Pessoas com problemas emocionais são extremamente fáceis de controlar e de moldar sua instabilidade. O que aconteceu em Suzano foi apenas o começo.”, diz a carta.
A UEPG divulgou uma nota sobre a carta e esclareceu: “O bilhete foi encontrado em um dos banheiros do campus Uvaranas. Para investigar o caso, a UEPG solicitou o reforço da vigilância interna e acionou os órgãos de segurança externos. A Polícia Civil enviou dois investigadores que estão trabalhando no caso. As câmeras de segurança estão sendo analisadas para confirmar o fato e identificar a autoria. Há carros da polícia e agentes de segurança interna fazendo vistorias no Campus neste momento. Reitera-se que ameaças semelhantes já foram registradas em outras universidades brasileiras e estão sob investigação dos órgãos competentes”, diz.
Veja o pronunciamento na íntegra:
A imagem do bilhete está sendo repassada nas redes sociais e por aplicativos, espalhando o pânico. A carta diz que “em dois anos e meio esta cidade conhecerá a maior execução de alunos já vista em todo mundo” e cita ataques anteriores: “Nosso objetivo é muito maior do que pensam (…) Já estamos com tudo pronto para o maior massacre de todos que irá acontecer aqui mesmo em Ponta Grossa e em várias cidades pelo mundo. Infelizmente algumas crianças são ansiosas demais e acabam antecipando os planos (sic).”
Esse tipo de situação pode causar estresse a alunos. Agitação e agressividade; nervosismo e ansiedade; mudança no sono; insônia e até a falta de vontade de estar com amigos; além do medo, talvez, desnecessário de realizar atividades rotineiras.
A psicanalista Claudia Seratchiuk fala que essa questão do pânico coletivo é uma realidade. “O Brasil não é preparado para esse tipo de coisa porque não tínhamos situações desse tipo. Não tínhamos a cultura desse tipo de violência, semelhante ao terrorismo, antes”, enfatiza. Ela ressalta que coletivamente é preciso tomar providências para que as pessoas não se sintam tão inseguras.
“Isso (a ameaça) é uma situação nova que as pessoas ainda não sabem lidar, por isso precisam de ajuda coletiva”, explica, complementando que a situação de trauma acontece quando não há reconhecimento social. “Não dá para dizer que é bobagem, que é só um bilhete. O medo precisa ser reconhecido”, salienta. Caso as pessoas sintam que estão mais ansiosas e o medo seja paralisante, é preciso buscar ajuda profissional.
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