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André Janones e Eduardo Leite.
André Janones e Eduardo Leite.| Foto: Montagem Gazeta do Povo

Você já sabe que em janeiro de 2022 será empossado, como presidente da república, Lula ou Bolsonaro. Não é spoiler, o final do filme é realmente previsível, mesmo com as ressalvas de praxe de que "tudo por acontecer". Se é assim, vamos falar de 2026.

Na eleição que coincidirá com a inédita Copa do Mundo da América do Norte, com jogos previstos para acontecer nos EUA, Canadá e México, as especulações sobre os candidatos competitivos é muito mais incerta e, por isso, mais interessante como exercício intelectual, mesmo que meramente especulativo.

Um nome que desponta como provável postulante ao Palácio do Planalto é Eduardo Leite, que terá apenas 42 anos de idade em 2026. Provável candidato à reeleição ao governo gaúcho, com discurso de centro-direita bem articulado e energético, a jovem revelação de Pelotas está construindo um caminho para Brasília que dificilmente será desviado. Sua movimentação tem sido cuidadosa, mesmo que deixando cicatrizes pelo caminho, como no embate fratricida com João Doria que deixou o PSDB ainda mais rachado e enfraquecido,

A surpresa, entretanto, é outro que também terá 42 anos na mesma disputa, o deputado federal André Janones. Na pesquisa Genial/Quaest divulgada quarta (8/6), o mineiro de Ituiutaba aparece como a segunda opção de voto para presidente de 32% dos eleitores de Lula e 23% de Bolsonaro, um desempenho sem paralelo entre seus concorrentes. Janones está plantando as sementes necessárias para uma colheita farta em quatro anos.

Como destacado na entrevista exclusiva que fiz com o deputado do Avante (antigo PTdoB) para a Gazeta do Povo (leia aqui), Janones tem números absolutamente estonteantes nas redes sociais e é o único político que rivaliza hoje no Brasil com Jair Bolsonaro nas mídias digitais. Ele recusa rótulos ideológicos com veemência, mesmo tendo sido filiado ao PT de 2003 a 2012. O primeiro analista político de peso que notou o desempenho extraordinário de Janones nas redes foi Renan Santos, ex-colunista deste jornal.

A maior decepção como político, até o momento, é Sergio Moro. Dado como candidato fortíssimo para representar a Terceira Via em 2022, com um pico de intenção de votos que chegou aos dois dígitos no final do ano passado, o ex-juiz colecionou tantos revezes e infortúnios nos últimos meses que hoje pode ser considerado um azarão para a disputa presidencial de 2026. Mesmo seu destino este ano como candidato é incerto, assim como seu futuro político.

Outra liderança do campo liberal que teve 2,5% dos votos para presidente em 2018, o empresário João Amoedo, parece carta fora do baralho eleitoral desde que o partido que fundou e patrocinou foi tomado por políticos mais "pragmáticos". Aos poucos, as novas lideranças vão transformando o Novo, na visão de seus detratores, no "PSOL do bolsonarismo", uma "linha auxiliar" que tenta aliar as benesses do governismo com uma pequena distância asséptica para sobreviver à nave-mãe se ela eventualmente submergir. Se as acusações são verdadeiras ou não, veremos.

Mais de 70% dos brasileiros se dizem, segundo as pesquisas, com o voto definido para 2 de outubro. Institutos que fazem pesquisas de campo, entrevistando eleitores de forma presencial, colocam Lula hoje como favorito, com chances de vitória no primeiro turno (cenário improvável, na minha humilde visão). Como o Brasil hoje se divide entre dois homens que ocuparam a presidência, seus futuros governos guardariam poucas surpresas. Quem não está atrelado a algum deles, já deve começar a olhar com atenção para 2026. O futuro já começou.

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