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O vinho Reguengos Garrafeira dos Sócios 2017 já está no mercado brasileiro. Um dos melhores que provei neste ano.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Chega ao Brasil o Reguengos Garrafeira dos sócios 2017. Um vinhaço!

03/06/2022 15:30
Há bons vinhos por aí,
chegando a todo instante ao mercado brasileiro. Há outros muito ruins, que
tentam atrair pelo preço, mas só pegam mesmo os incautos, adoradores de
ofertas.
Mas há também vinhos que vão
além do esperado e que trazem plena satisfação ao paladar. Mais do que isso,
realização. É o caso, por exemplo, do Reguengos
Garrafeira dos Sócios
2017, da renomada vinícola portuguesa Carmim, safra que é resultado de um
ano excepcional em termos de qualidade, e que foi apresentado na semana,
durante um almoço no Restaurante La Varenne, para alguns convidados dos meios
de comunicação.
Mantecato de bacalhau com polenta cremosa e shimeji - entrada no almoço harmonizado do La Varenne, que arrancou elogio dos portugueses.
Mantecato de bacalhau com polenta cremosa e shimeji - entrada no almoço harmonizado do La Varenne, que arrancou elogio dos portugueses.
Antes de entrarmos especificamente no Reguengos, quero dar uma passada por um vinho branco que sempre me agrada muito e que também é produzido pela vinícola alentejana. Foi com ele o começo do almoço, acompanhando um Mantecato de bacalhau com polenta cremosa e shimeji, que surpreendeu aos portugueses presentes, representantes da Carmim: o enólogo Rui Veladas e a diretoria comercial Margarida Malheiro. Acostumados com a combinação clássica do bacalhau, com batatas, aplaudiram e aprovaram a delicada interação com a polenta, deixando a entrada cremosa em todos os seus componentes e de delicioso sabor.
O vinho é o Regia Colheita Branco 2020, perfeito
para acompanhar bacalhau. Feito com as uvas Antão Vaz e Arinto, passa um toque
de baunilha e alguns tostados no olfato e, no paladar, corpo médio, boa acidez,
que permite se dar bem com o bacalhau. Está no mercado com preços variando
entre R$ 95 e R$ 105.
Regia Colheita Branco 2020, um vinho de bom sabor, perfeito para acompanhar bacalhau.
Regia Colheita Branco 2020, um vinho de bom sabor, perfeito para acompanhar bacalhau.
Vamos, então, aos Reguengos. Apesar
de ser o lançamento oficial da safra 2017 por aqui, também foi servido o 2014,
até mesmo para provocar comparação, via degustação vertical. O Reguengos Garrafeira dos Sócios 2014 é
um vinho pronto, já evoluiu o suficiente para ser consumido e, vinho
gastronômico que é, acompanhar um belo prato. Que, no La Varenne, foi um Entrecôte ao molho La Varenne com purê de
batatas
, com carne no ponto perfeito e um molho (base de demi glace)
impecável, proposto para escoltar os dois tintos.
O Reguengos Garrafeira dos Sócios distingue-se pela elegância e pelo equilíbrio,
associados à robustez e longevidade, típicos de um grande vinho. A colheita
2017 é um blend de Alicante Bouschet (65%), Aragonez (20%) e Touriga Nacional
(15%) e representa uma safra extraordinária, das melhores dos últimos tempos. Após
estágio em madeira, o vinho é engarrafado repousa em garrafa durante, pelo
menos, um ano. Tinto de cor vermelho granada carregada (bem escuro), apresenta
aromas complexos de frutas escuras com notas de especiarias. É encorpado,
possui taninos macios e longo final.
Entrecôte ao molho La Varenne com purê de batatas, prato principal, para harmonizar com o Reguengos Garrafeira dos Sócios.
Entrecôte ao molho La Varenne com purê de batatas, prato principal, para harmonizar com o Reguengos Garrafeira dos Sócios.
É vinho para abrir muito ainda
pela frente. E, segundo Rui Veladas, deve permitir guarda de dez a vinte anos.
Embora já esteja bem interessante para ser consumido no momento, ainda que
passe a certeza que vai evoluir muito ainda. Dos dois, foi o que mais gostei e
que melhor se deu com o entrecôte. Aliás, um dos melhores tintos que provei
nessa temporada.
O ano de 2017 permitiu uma
extraordinária riqueza de aromas e concentração, um vinho amplo e muito
complexo.
Ainda resta um tanto das
garrafas de 2014 no mercado (em Curitiba, basicamente rede Festval e Adega
Brasil) e o 2017 está chegando agora a esses pontos de venda. Ambos podem ser
encontrados a valores entre R$ 295 e R$ 320. E valem cada gota.
Rui Veladas, enólogo da Carmim, autografando rótulos de Reguengos Garrafeira dos Sócio 2017, em Curitiba.
Rui Veladas, enólogo da Carmim, autografando rótulos de Reguengos Garrafeira dos Sócio 2017, em Curitiba.
A Carmim
A Cooperativa Agrícola de
Reguengos de Monsaraz, localizada no coração do Alentejo, foi criada em 1971,
por um grupo de 60 viticultores, e atualmente possui cerca de 900 associados.
Do portfólio destacam-se as marcas Reguengos, Monsaraz e Terras d’el Rei, além
dos icônicos Reguengos Garrafeira dos Sócios e Régia Colheita.
O primeiro Reguengos Garrafeira dos Sócios foi
lançado em 1982, como uma edição exclusiva para sócios. Rapidamente alcançou
reconhecimento e tornou-se desejado por muitos enófilos. Ao longo das duas
últimas décadas, este vinho ajudou a definir um estilo que ficou associado aos
grandes tintos do Alentejo.
Cada Reguengos Garrafeira dos Sócios é o resultado de uma escolha criteriosa das melhores uvas – e elaborado apenas nos melhores anos.
Os vinhos da Carmim são
trazidos ao Brasil pelas importadoras Porto
a Porto
e Casa Flora.
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