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Beef & risoto, risoto de duas abóboras (cabotiá e pescoço) e queijo gorgonzola, bife de chorizo, chimichurri, cebola e cenoura tostadas, folhas de mostarda sapecadas e demi glace de porco com gengibre. Saboroso prato criado pelo chef Ale Schmitz, do Cocina Bistrô.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Cocina, um agradável bistrô no Seminário, com chef inovador e criativo

14/07/2022 02:34
Sabe aquele castelinho, no Seminário, que abrigou por muito tempo um restaurante especializado em frango frito? Pois agora, de uns tempos para cá, acolhe outro tipo de empreendimento, num complexo denominado Villa Preview. Na divisão de espaço, ali tem salão de beleza, joalheria, loja de roupas e clínica de estética.
E, como não poderia deixar de
ser, tem também um restaurante. Um bistrô, melhor dizendo, o Cocina Bistrô
Lounge. A rigor, já existia desde o fim do ano passado, com outros
proprietários. Mas só está começando a decolar agora, sob nova direção e com um
foco gastronômico diferenciado, proporcionado pela inspiração do jovem chef Ale
Schmitz, de 35 anos – e pela consultoria do chef Vinícius Felizardo, que foi do
Ox Room Steakhouse e hoje está baseado nos Estados Unidos.
Cores expressivas marcam o interior do Cocina.
Cores expressivas marcam o interior do Cocina.
Dias atrás estive por lá, num
evento que comemoraria a reabertura, a retomada de rumo do estabelecimento, na
pegada dos sócios João Pedro Mueller, Paulo Mueller e Lyana Melo. Amostra interessante,
embora todo evento de lançamento nunca sirva de base para análises mais específicas.
Combinei de voltar e, aí sim,
tive a oportunidade de provar um menu degustação de muita criatividade. Era um
resumo de petiscos e pratos (quase todos) que são servidos nessa nova fase da
casa. Uma taça de vinho branco (a adega deles está sendo reforçada) e começaram
a chegar as atrações. Porções pequenas, menu degustação – repetindo.
Tuna alla Muller, o mais charmoso - e dos mais saborosos - dos petiscos.
Tuna alla Muller, o mais charmoso - e dos mais saborosos - dos petiscos.
Primeiro, um trio, com Tuna alla Muller, Cesto de cogumelos e Dona
onça
. Todos eles partem de uma mesma base, a massa filo. No tamanho
original, custam, respectivamente, R$ 59, R$ 39 e R$ 45. O primeiro tem um
curioso formato verticalizado, como se fosse um envelope de filo, com os demais
ingredientes dentro. Tem um resultado final de sabor delicado, sem exagero no
azeite trufado (que é sempre um pecado entre os chefs), deixando predominar o
sabor do atum. Os cogumelos são combinados com espuma de queijo e a carne de
onça tem um interessante e curioso desvio de bacon e gema curada.
Lembranças de Milano (R$ 75) - creme de batata, vieira e polvo grelhados, aïoli de bacon, azeite de pimentão, demi glace de polvo e alho-poró crocante.
Lembranças de Milano (R$ 75) - creme de batata, vieira e polvo grelhados, aïoli de bacon, azeite de pimentão, demi glace de polvo e alho-poró crocante.
Aí vieram os pratos. Primeiro,
Lembranças de Milano (R$ 75), composto
por creme de batata, vieira e polvo grelhados, aïoli de bacon, azeite de
pimentão, demi glace de polvo e alho-poró crocante. Daí veio um delicioso Ravióli caiçara (R$ 68), que é como foi
denominado um ravióli de duas faces, uma de massa normal e outra com tinta de
lula, recheado com camarão e creme de erva-doce, vinagrete de morango e envolta
em molho bisque do próprio camarão. Obra de arte e de sabor.
Para fechar, Beef & risoto (R$ 62), um atraente risoto
de duas abóboras (cabotiá e pescoço) e queijo gorgonzola, bife de chorizo, chimichurri,
cebola e cenoura tostadas, folhas de mostarda sapecadas e um bem-aventurado demi
glace de porco com gengibre, que vai dentro das pétalas de cebola. Carne no
ponto certo, prato no sabor correto, combinação prazerosa, belo desfecho.
Ravióli caiçara - ravióli de duas faces, uma de massa normal e outra com tinta de lula, recheado com camarão e creme de erva-doce, vinagrete de morango e envolta em molho bisque do próprio camarão.
Ravióli caiçara - ravióli de duas faces, uma de massa normal e outra com tinta de lula, recheado com camarão e creme de erva-doce, vinagrete de morango e envolta em molho bisque do próprio camarão.
Há outros pratos, que podem
ser conferidos no Instagram do restaurante (clique aqui), mas o que
provei já foi mais do que suficiente para abonar a nova casa, agradável e
acolhedora, com belo visual e capacidade para 24 pessoas na parte interna,
praticamente um corredor. Contando com o deck externo, chega a 50 pessoas. Pelo
menos por enquanto, porque o Cocina já adquiriu mais uma sala do complexo e, em
breve, terá como abrigar mais clientes.
A cozinha ainda é um tanto
restrita, mas já estão começando a chegar novos equipamentos, para deixá-la completa
e permitir ainda mais recursos para o chef e seus cozinheiros poderem produzir.
Cozinha autoral
O chef Ale Schmitz é curitibano.
De nascimento, apenas, pois cresceu e foi criado em Matinhos, à beira-mar,
pegando onda e comendo os melhores e mais frescos pescados.
Interessado nas coisas da
cozinha, aprendeu a cozinhar com a mãe, segundo ele “a melhor cozinheira do
mundo”.
O interesse do adolescente
pelos sabores e pelas texturas, levou-o a traçar seu destino profissional. Decidiu
estudar gastronomia. Formando pelo Centro Europeu, a primeira experiência na
cozinha profissional foi com o chef Paulo Gubert, no extinto Lobert Bistrô. De
tal forma se encantou já no primeiro dia de serviço, que até hoje se diz muito
grato a Gubert (que deixou recentemente as panelas para trabalhar em outra área),
enfatizando que, daquele dia em diante sua vida nunca foi mais a mesma.
Ale Schmitz, o jovem chef no comando das panelas do Cocina Bistrô Lounge.
Ale Schmitz, o jovem chef no comando das panelas do Cocina Bistrô Lounge.
Dali, começou a rodar por
outras experiências, passando por La Varenne, Bobardí, Mata Atlântica (roteiros
das ostras de Cabaraquara, baía de Guaratuba). E uma particularidade: era tão
fã da chef Manu Buffara que se ofereceu para estagiar de graça no restaurante
Manu, onde trabalhou com Igor Marchesini na praça de carnes e onde também conheceu
o chef Danilo Takigawa, hoje seu grande amigo, que o levou junto quando foi
convidado para assumir o restaurante Gralha Azul (Vinícola Araucária) e de lá
ambos foram para o Bobardí. Também teve uma experiência internacional, na
Indonésia, como chef do Playground Surf Resort, em West Sumatra. Na volta,
novamente com Takigawa, que preparava para abrir o Asu, participou, de
passagem, da abertura e dos primeiros momentos do restaurante, que acaba de
completar um ano – assim como passou uns dias com Igor Marchesini, o outro
amigo que fez no Manu.
Mais recentemente estava como
sous chef do Euro Bistrô, segundo do competente italiano Augusto Piras, mas,
como aquele dava consultoria, o dia a dia mesmo ficava nas mãos de Ale Schmitz.
Contratado pelo Cocina Bistrô,
o jovem chef teve a oportunidade, enfim, de assinar um cardápio todo autoral e
que resume toda a importância do aprendizado e dos cozinheiros estrelados que
estiveram ao seu lado nos últimos tempos.
O restaurante funciona de
quarta a sábado, das 19h às 22h30 (cozinha) e o bar à meia noite. Aos sábados,
serve feijoada na hora do almoço. Não uma autêntica feijoada, pois alguns
clientes não apreciaram (ah esses curitibanos!) a original, com todas as peças,
e pediram mudanças, mas também não aquela denominada “de hotel”, apenas feijão
com carnes magras. Fica no meio do caminho entre elas.
Cocina Bistrô
Avenida Nossa Senhora
Aparecida, 75 - Seminário
Telefone/WhatsApp: (41) 9128-3162
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