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Bao de ostra, manga e abacate – pão feito na casa, cozido no vapor, dobrando com a ostra empanada, frita, chutney de manga, abacate e alface. No menu da Kitsune.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

André Pionteke lança menus degustação em dois tamanhos na Kitsune

24/11/2021 20:45
No começo do ano o chef André
Pionteke anunciou o lançamento de um menu degustação para os clientes da
Kitsune – o seu pequeno restaurante ali no Ahú. Provei, gostei e programei
escrever sobre a novidade. Só que não deu tempo, veio aquela bandeira vermelha
que fechou tudo, por causa da pandemia, e Pionteke foi obrigado a abortar o
plano. Não de todo, pois, ágil e criativo, transformou o cardápio em menu
degustação de delivery e conseguiu superar aqueles dias difíceis (confira
aqui
).
Mas não era o ideal, claro,
tampouco o que ele desejava. Por mais que haja cuidados extremos na preparação
de uma encomenda, não é a mesma coisa do que o prato servido na hora em que é
finalizado. Tanto que alguns itens de sua ementa nem foram incluídos nas
sugestões de delivery.
André e Fernando Pionteke - irmãos trabalhando juntos no dia a dia da Kitsune.
André e Fernando Pionteke - irmãos trabalhando juntos no dia a dia da Kitsune.
Pois agora, com a
flexibilização dos horários dos restaurantes e com o país respirando mais
aliviado, por conta do grande número de pessoas vacinadas, Pionteke lançou pra
valer seu menu degustação presencial, Experiência
Kitsune
. Pionteke, não, Piontekes, pois, de uns meses para cá, entrou para
a sociedade o irmão de André, Fernando, que tem sido responsável pelo salão,
pelo caixa e por outros assuntos do restaurante (embora também seja um ótimo
cozinheiro, ex-confrade que foi de nossa Confraria do Armazém).
Houve mudanças também nos dias
e nos horários de atendimento, que antes eram restritos, laborando apenas a
partir das quartas-feiras. Agora a Kitsune funciona todos os dias, tanto com o
serviço à la carte quanto com o menu degustação.
Para começar, Snack de banana-da-terra, siri e tucupi.
Para começar, Snack de banana-da-terra, siri e tucupi.
Como não costumo sossegar e ficar
longe das novidades, fui lá conferir, claro. O menu tem nove sugestões de
entrada, que também podem ser petiscos para serem consumidos devagar, um a um.
Entre esses, o Bao de ostra com abacate
(R$ 27), um interessante Pastel de
cogumelos e castanha-de-caju
(R$ 36), um intrigante Gyoza de Porco Moura, cebolas e missô (R$ 28) e o Marisco na manteiga de missô e bao de
gergelim
(R$ 38), entre outros.
Há também seis opções de prato
principal, como o Wonton de siri, com
curry, leite de coco e espuma de mariscos
(R$ 62) e, entre outros, os
lamens, marca registrada do chef, que podem ser de Porco Moura ou de Castanha
de caju (R$ 45, cada).
Para quem gosta de surpresa e
sabores e um pouco mais de emoção, são dois os tamanhos de menu degustação: o
de quatro tempos (R$ 170) e o de seis tempos (R$ 220). E foi justamente nessa
esteira que fui, só que o meu teve ainda mais alguns tempos extras.
Gyoza de Porco Moura.
Gyoza de Porco Moura.
A degustação
Pedi um vinho branco (a carta
ainda é um tanto restrita) e aguardei a chegada das atrações da noite.  Quase sempre estão no cardápio, mas o chef, de
repente, pode querer mudar uma coisinha aqui e outra ali.
Tudo começou com o Snack de siri, banana e tucupi. A base
do snack é banana-da-terra amassada e frita – fica crocante -, com salada feita
com carne de siri, vinagrete e maionese da casa, finalizado com tucupi, bottarga
ralada e dill. Ótimo para começar.
O segundo passo foi o Gyoza de Porco Moura, ao qual já me
referi no menu à la carte. O gyoza é recheado de porco com cebola caramelizada
e misso, com a tuile (telha), complemento indispensável. Acompanham ponzu com
cebolinha verdade, um molho à base de shoyu e limão.
A Salada de alface é com wafu (um molho feito na casa), mostarda da
casa e manga. Essa salada é rica em detalhes e caprichada na montagem, com vários
brotos frescos.
Korokke, um croquete vegano de pupunha.
Korokke, um croquete vegano de pupunha.
O restaurante também tem
pratos veganos, com o que veio a seguir, Korokke,
um croquete de vegano de palmito pupunha, finalizado com laranja fresca,
masala, maionese vegana da casa e pimenta.
O Bao de ostra, manga e abacate é composto pelo pão feito na casa,
cozido no vapor, dobrando com a ostra empanada, frita, chutney de manga,
abacate e alface. A crocância da ostra contrasta com a maciez do bao e o
resultado é muito saboroso.
Vinho combinando (um branco
bem interessante) e veio outro prato que também já citei entre os integrantes
do cardápio oficial: Wonton de siri. A
massa de wonton é recheada com siri fresco e tomates e daí é servido com curry indiano,
leite de coco e espuma de mariscos. É finalizado com óleos aromáticos da casa,
brotos frescos e coentro.
Essa espuma de mariscos merece
uma explicação à parte: a base da espuma é um caldo de marisco, com alguns
vegetais, aí adicionam manteiga, para emulsificar, e batem no processador,
caldo e mariscos. E como surge a espuma: misturando o caldo quente com a
manteiga, para então processar. A espuma vem ao natural.
Wonton de siri, com curry, leite de coco e espuma de mariscos - delicioso.
Wonton de siri, com curry, leite de coco e espuma de mariscos - delicioso.
A sobremesa foi Mani Matchá, um bolo de mandioca (mani) fermentada
com matcha (o chá verde, em pó), o que concede uma coloração verde ao doce. É servido
com doce de frutas amarelas (maracujá e manga), e uma bola de sorvete de gergelim
feito com receita exclusiva. É finalizado com lavanda (alfazema).
André Pionteke, que arrancou
suspiros de admiração ao participar do MasterChef Profissionais de 2018, já foi
laureado pelo Prêmio Bom Gourmet (que, aliás, terá sua próxima edição no dia
30, terça-feira que vem). Em 2013, o então estudante venceu a categoria Novos
Talentos, cujo troféu está em exibição no salão da Kitsune.
Como cozinheiro, Pionteke passou
pelo C La Vie, quando Lênin Palhano era o chef. Também foi da Cantina do Délio,
Estofaria Bar e Hotel Bourbon, em Curitiba, e pelo Épice, do chef Alberto
Landgraf, que funcionou entre 2011 e 2016, em São Paulo. Durante o ano de 2018,
Pionteke morou em Imbituba, Santa Catarina, onde trabalhou no Mamma Mia
Gastronomia.
A Kitsune (é uma raposa
mística da mitologia japonesa) foi inaugurada nas semanas finais do ano de 2019
(confira
aqui matéria do Bom Gourmet
), sofreu com a pandemia e hoje está devidamente
reabilitada, por meio de seus sabores delicados e atraentes.
Os Pionteke sabem o que fazem
e fazem bem feito. Contando com o vinho, águas e taxas, o jantar ficou por R$
473.
O restaurante tem capacidade para 17 lugares sentados, mas André Pionteke anuncia que também haverá mesas externas nesses dias de calor - assim que chegarem os ombrelones. Funciona de segunda a sexta, das 19h às 23h. Nos sábados, das 13h às 16h e das 19h às 23h. Domingos, das 13h às 16h.
Para reservas – devido ao
pouco espaço – a casa faz dois turnos, para permitir maior giro: às 19h e às
21h.
Kitsune
Rua Celeste Santi – Ahú
Fone: (41) 99703-6332
Instagram: @kitsune.cwb
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