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Milho na brasa, com manteiga de nori e togarashi – um dos destaques principais do cardápio da Punk Cuisine.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Punk Cuisine, onde tudo é possível, de texturas,cores e sabores

13/10/2021 19:45
Há combinações inusitadas,
apresentações diferentes, preparos exclusivos e, às vezes, o comensal pode
achar estranho. Mas a resposta já está na ponta da língua: “é punk, tudo aqui é
punk”.
É a Punk Cuisine,
restaurante que se propõe às fusões de culturas gastronômicas e combinações de
sabores. Foi aberto a menos de quatro meses, depois de ser desenhado como
projeto desde 2019. É o mais novo empreendimento de Arthur “Gim” Maia e Rafael
Kac, já com experiência em outros estabelecimentos da área – como o Bar + 55 -,
mas o primeiro com um restaurante.
De acordo com o que eles
passam, o conceito da Punk liga-se à visão contestadora do negócio. Uma ideia
que foge do que se vê tradicionalmente na cidade. Seja pelo cardápio que se
desenha, seja pelas decoração e música, seja pela dinâmica do espaço e da forma
de servir.
O oriente é a base do cardápio
da Punk Cuisine, mas apenas a base, pois há uma mistura em todas as suas
execuções. A cozinha asiática pode vir aliada a ingredientes do mediterrâneo e
a temperos latinos, por exemplo. Um restaurante e um cardápio vivos – eles
costumam definir.
Carpaccio de robalo, vinagrete de tomate-cereja e jalapeño.
Carpaccio de robalo, vinagrete de tomate-cereja e jalapeño.
Isso porque o cliente que se
sentar defronte ao balcão pode acompanhar a elaboração de um prato criado na
hora ou provar um drinque especial, também de inspiração imediata. E essa
imprevisibilidade se deve exatamente à preocupação com o que há de mais fresco,
sazonal e mais presente no mercado.
Fui lá assim, do nada. Tinha
ido a um jantar harmonizado na Zahil e vi aquela porta ao lado, chamando atenção
para as cores e para a decoração peculiar. Era a Punk Cuisine, com capacidade
para apenas 42 pessoas, distribuídas entre as mesas e o balcão.
O sushiman William Tanaka apresenta o que há de mais fresco do dia para o sushi bar.
O sushiman William Tanaka apresenta o que há de mais fresco do dia para o sushi bar.
Os sabores
As opções de pedidos estão
contidas entre o sushi bar e a cozinha. De um lado, os sushimen William Tanaka
e Renan Soares se esmeram para oferecer os peixes mais frescos, com os
acabamentos da hora. De outro, os chefs Giovani Vivan e Krystian Borges (já bem
rodados a apreciados por seus trabalhos) contam com o apoio dos auxiliares
Kauann Lunardi e Gabriel Fradique para tudo o que se possa ou não esperar da
chapa, das panelas ou da grelha.
E foi essa experiência que
vivi ao chegar para sentir como seria algo punk transformado em sabor. Começou
pelo que veio do sushi bar: Carpaccio de
robalo, vinagrete de tomate-cereja e jalapeño
, com os complementos
discretos, permitindo sentir todo o sabor do peixe fresquíssimo. Aliás, Tanaka
fez questão de apresentar, num tabuleiro, os pescados que estavam sendo
utilizados naquele dia. Um quadro lindo!
Os chefs Krystian Borges e Giovani Vivan e os auxiliares Kauann Lunardi e Gabriel Fradique, a brigada da cozinha da Punk Cuisine.
Os chefs Krystian Borges e Giovani Vivan e os auxiliares Kauann Lunardi e Gabriel Fradique, a brigada da cozinha da Punk Cuisine.
Era a ordem para o início do desfile. Vieram ainda alguns niguiris e aí entrou em ação da turma da cozinha, para apresentar alguns dos surpreendentes pratos quentes. Como o Milho na brasa (rodelas de milho doce assado na brasa, acompanhadas de manteiga de nori e togarashi – R$ 32), que se apresenta numa louça linda, como que rachada ao meio, que é marca em vários pratos servidos na casa. São todas de muito bom gosto, feitas pela La Oficina Cerâmica, que fica em Santa Felicidade.
E abacate grelhado? Já comeu?
Sim, existe, é punk. O Avocado na brasa
(meio avocado grelhado na brasa, com molho ponzu, gergelim e cebolinha – R$ 33)
traz uma consistência diferente das maneiras que costumamos consumir o fruto,
quase sempre cru, em combinações salgadas ou doces.
Avocado na brasa  - meio avocado grelhado na brasa, com molho ponzu, gergelim e cebolinha.
Avocado na brasa - meio avocado grelhado na brasa, com molho ponzu, gergelim e cebolinha.
Daí volta o pessoal do sushi
bar com um Sashimi punk (R$ 75), que
combina com precisão o peixe branco defumado com chips de macieira, a massa
harumaki crocante e o molho curry. E a gente vai comendo, apreciando, de vez em
quando se surpreendendo, mas sempre querendo saber o que será a próxima
atração. No caso, foram duas ao mesmo tempo, vindas dos cozinheiros: Salada punk (acelga grelhada na brasa,
finalizada com molho de maçã verde, shoyu e gengibre - R$ 32) e o Polvo na brasa (Polvo cozido em baixa
temperatura por 4 horas, temperado com gengibre, nabo, manjericão, pimenta
preta e semente de coentro e finalizado com maionese de pimenta coreana
gojugang - R$ 135).
Salada Punk e Polvo na brasa chegaram juntos ao balcão.
Salada Punk e Polvo na brasa chegaram juntos ao balcão.
E quando se supõe não haver mais o que aprontar, vem uma Cauliflower punk (couve-flor cozida na manteiga, empanada na farinha panko temperada, acompanhada de espuma de mix de cogumelos e temperada com layu, que é um óleo de pimenta, e shoyu - R$ 59). E tinha mais, porque não havia nada de carne vermelha: Steak punk (fraldinha Black Angus grelhada na brasa e finalizada com demi-glace da casa - R$ 144).
Sashimi punk - peixe branco defumado com chips de macieira, massa harumaki crocante e o molho curry.
Sashimi punk - peixe branco defumado com chips de macieira, massa harumaki crocante e o molho curry.
Menu degustação
Isso tudo sem contar mais
sashimis, sushis, carpaccios, dyos e temakis, do sushi bar. E ainda gyozas,
baos, wontons, gohan e outras entregas da cozinha.
Vale observar que coloquei os
preços em cada prato servido, porque todos fazem parte do menu oficial da casa –
que pode
ser visualizado aqui
-, assim como os drinques e coquetéis. Mas há a opção
de pedir o menu-degustação da casa – que foi o meu caso -, quando vem uma
sequência de 10 pratos e custa R$ 290.
Couve-flor empanada.
Couve-flor empanada.
Steak punk, com fraldinha Black Angus.
Steak punk, com fraldinha Black Angus.
Outro registro pertinente: as
fotos aqui são basicamente do menu-degustação, onde as porções são bem menores –
sim, pois são 10 pratos seguidos – do que as porções dos pedidos à la carte.
Ah, sim, tinha me esquecido da sobremesa. Que, aliás, é belíssima e a única que tem no cardápio: Terrário (terra comestível de cacau 90%, esponja de mactha, gel de laranja kinkan, creme de chocolate branco tostado com baunilha, esfera de açúcar com espuma de chá earl grey – R$ 57).
O Terrário é de autoria da chef pâtissière Paula Xavier, que, aliás, está preparando para abrir sua própria casa, o Xaví - na expectativa por dezembro.
Grand finale!
O bar de drinques é bem
criativo também e há uma boa carta de vinhos, saquês e cervejas.
Sabe aquela vontade que dá de
logo estar de volta ali? Aconteceu comigo e certamente acontece com outros
tantos que visitam a Punk Cuisine.
E ainda tem um fator positivo:
ao contrário da maioria dos restaurantes, a casa funciona na segunda-feira,
abrindo diariamente até sábado, folgando apenas no domingo. Horário de
funcionamento: das 19h às 24h.
Terrário, a sobremesa com vários efeitos, para surpreender também na saída.
Terrário, a sobremesa com vários efeitos, para surpreender também na saída.
Punk Cuisine
Rua Dr. Brasílio Vicente de
Castro, 111 - loja 05 - Campo Comprido
Fone: (41) 991229241
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