O contingente de trabalhadores temporários já havia caído de 80 mil para 26 mil autorizados pelo Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado.| Foto: ANIELE NASCIMENTO/Gazeta do Povo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) precisará de mais R$ 278 milhões em 2018 para completar a realização do Censo Agropecuário. O levantamento vai a campo em 1º de outubro deste ano para coletar informações de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o território nacional. Caso a verba adicional para conclusão dos trabalhos não seja liberada pelo governo, o projeto terá de ser cancelado, contou Antonio Carlos Florido, responsável pela Gerência Técnica do Censo Agropecuário.

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“Não tem nenhuma verba garantida para nenhum órgão do Estado no ano que vem. Isso tudo é pedido que vai ser levado para o Presidente da República, considerando que o processo foi iniciado. Vai ser colocado de forma bastante tangente. Da nossa parte acreditamos que o dinheiro está garantido, porque o Estado não vai jogar o dinheiro desse ano fora. Mas, de toda forma, tem todo um processo de restrição orçamentária do País”, lembrou Roberto Olinto, diretor de Pesquisas do IBGE.

Novo

O instituto teve de fazer um novo projeto para levar o Censo Agropecuário a campo com apenas metade da verba prevista inicialmente. A primeira versão previa um investimento de R$ 1,63 bilhão no biênio 2017 e 2018, mas não teve o orçamento aprovado pelo governo. Diante da liberação de R$ 505 milhões para a realização do levantamento em 2017, o projeto sofreu mudanças para ficar mais enxuto. O questionário, por exemplo, teve que ser reduzido.

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As perguntas que se aprofundariam em algumas características dos estabelecimentos, como o uso de defensivos agrícolas, serão deixadas para uma pesquisa por meio de amostras que pode ser implementada a partir de 2019.

“Diminuímos o detalhamento. A gente vai levantar se o estabelecimento usa ou não agrotóxico. Perguntas como: Usa equipamento de proteção? Que destino dá às embalagens? Vamos deixar isso só para a pesquisa amostral”, contou Florido.

O novo levantamento, com periodicidade anual, funcionaria nos moldes da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), uma espécie de Pnad Agropecuária, já batizada de Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários.

“Isso está sendo discutindo há alguns anos. Tem umas questões metodológicas que estão sendo definidas em treinamentos e cursos de que o IBGE está participando. A ideia é que a partir da análise dos dados do Censo Agropecuário a gente já possa começar a trabalhar na metodologia dele (da Pnad Agropecuária)”, disse Olinto.

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A pesquisa a campo teria visitas a estabelecimentos apenas uma vez ao ano, escolhidos por amostragem. A primeira coleta, com questionário mais longo e detalhado que o do Censo Agropecuário, poderia ser feita em 2019, com divulgação dos dados em 2020. A estratégia visa a cobrir informações que ficarão fora do Censo, que teve o contingente de trabalhadores temporários reduzido dos 80 mil para os 26 mil autorizados pelo Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado.