Nesse ano, os Estados Unidos bateram recorde absoluto de produção, com mais de 380 milhões de toneladas de milho e 115 milhões de toneladas de soja.| Foto: Giovani Ferreira/Gazeta do Povo

Mais soja e menos milho devem sair dos campos dos Estados Unidos no ciclo 2017/18. Em uma prévia da nova temporada agrícola, o USDA, o departamento de agricultura norte-americano, revelou na manhã desta quinta-feira (23) que o país vai aumentar a área plantada da oleaginosa para 35,6 milhões de hectares (88 milhões de acres) em detrimento à extensão cultivada com o cereal, que cai para 36,4 milhões de hectares (90 milhões de acres). No ano passado foram plantados 38 milhões de hectares com o cereal e 33,7 milhões de soja. Outra cultura com expressiva redução será o trigo, de 20,3 milhões para 18,6 milhões de hectares.

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A explicação está na relação de preço entre os dois produtos, com vantagem para a soja, que tem potencial para 2,6 vezes a cotação do milho. A referência é o mercado futuro, em dólares por bushel, com base apurada em fevereiro, média de US$ 4 para milho e US$ 10,20 para a soja. Respectivamente, US$ 0,10 e US$ 1,35 acima de um ano atrás. Robert Johansson, economista-chefe do USDA, lembra que a última vez que a relação esteve altamente favorável à soja durante fevereiro foi em 1997. “Foi um período antes da decolagem do etanol de milho nos Estados Unidos e quando houve um crescimento robusto em importações de soja da China”, complementa.

Departamento de agricultura norte-americano revelou na manhã desta quinta-feira (23) que o país vai aumentar a área plantada de soja para 35,6 milhões de hectares (88 milhões de acres) .
O aumento da soja ocorre em detrimento à extensão cultivada com milho, que cai para 36,4 milhões de hectares (90 milhões de acres).
A explicação está na relação de preço entre os dois produtos, com vantagem para a soja.
Apesar do incremento de 5,5% na área de soja e outros 14,2% na de algodão, a área global das oito principais culturas dos Estados Unidos deve sofrer redução.
Os números foram apresentados durante a 93ª edição do Agricultural Outlook Forum, que ocorre nesta quinta e sexta, nos Estados Unidos.
Na prática os números para a nova safra indicam que a agricultura dos Estados Unidos está estagnada, para não dizer em recessão.
Milho, soja, trigo, algodão, sorgo, cevada, aveia e arroz devem ocupar 249,8 milhões de acres ou 101 milhões de hectares.
O economista-chefe do USDA, Robert Johansson disse que a produção que oscila nos Estados Unidos é resultado de clima versus tecnologia.
O secretário interino do Usda, Michael Young, também falou durante o Agricultural Outlook Forum, nos Estados Unidos.

Apesar do incremento de 5,5% na área de soja e outros 14,2% na de algodão, a área global das oito principais culturas dos Estados Unidos deve sofrer uma redução em relação ao ano passado de 1,4%. Milho, soja, trigo, algodão, sorgo, cevada, aveia e arroz devem ocupar 249,8 milhões de acres ou 101 milhões de hectares. Será a menor área cultivada em sete anos, desde 2011, quando os agricultores do país plantaram 249 milhões de hectares ou 100,7 milhões de hectares. Os números foram apresentados durante a 93ª edição do Agricultural Outlook Forum, que ocorre nesta quinta e sexta, nos Estados Unidos.

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Na expectativa do USDA, pela visão do Outlook Fórum, 2017 seria praticamente igual a 2016 em área plantada. Contudo, o clima favorável frustrou a estimativa apresentada pelo departamento em fevereiro do ano passado de 100,81 milhões de hectares para 2016. O plantio efetivo foi de 102,5 milhões de hectares ou 253,4 milhões de acres. Nesse ano, os Estados Unidos bateram recorde absoluto de produção, com mais de 380 milhões de toneladas de milho e 115 milhões de toneladas de soja.

Na prática, os números para a nova safra indicam que a agricultura dos Estados Unidos está estagnada, para não dizer em recessão. A área ocupada em 2017/18 deve ser mesma coberta em 2011/12. A produção que oscila nesse período é resultado de clima versus tecnologia. Contudo, existem muitos outros fatores que levam à estagnação, diz o economista-chefe do USDA, Robert Johansson. As variáveis vão da disponibilidade e do custo da área para plantar a queda na renda na atividade rural, mais especificamente do produtor, que caiu 30% desde 2013, mostrou Johansson.

Segundo o analista do USDA, é esse cenário que se reflete em uma área menor em relação à temporada anterior e estagnada diante de 2011. Têm a ver com safras cheias ao redor do mundo, estoques em alta e cotações em baixa. E poderia ser pior, não fosse o surpreende apetite da China. Os chineses compram cada vez mais não somente porque a população aumenta ou cresce o poder aquisitivo dessa população. Mas porque produz menos, por conta de problemas sociais e climáticos.