A FDA (Food and Drug Administration), agência americana de fiscalização e regulamentação de alimentos e remédios, concluiu nesta terça-feira (7) que o açúcar produzido a partir da cana-de-açúcar geneticamente modificada é seguro para o consumo assim como o obtido a partir de variedades convencionais. A variedade é resistente à broca, praga que gera prejuízo anual de R$ 5 bilhões ao setor sucroenergético.
Em março, a Health Canada já tinha aprovado o uso do açúcar oriundo da cana transgênica brasileira, desenvolvida pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Agora, o centro aguarda a liberação do Japão. Os três mercados são considerados importantes pela credibilidade científica que têm.
A cana transgênica desenvolvida pelo CTC, a primeira do mundo, obteve em junho do ano passado aprovação da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para uso comercial. A aprovação ocorreu após sete anos e meio de estudos do CTC para a criação da nova variedade.
“Iniciamos o processo de avaliação internacional em vários países, principalmente naqueles que são importadores de cana. Além deles, em alguns que são reconhecidos pela credibilidade científica, caso de EUA, Canadá e Japão. Neles, ter uma avaliação positiva quanto à segurança e avaliação do açúcar é muito importante”, afirmou Viler Correa Janeiro, diretor de etanol celulósico e assuntos corporativos do CTC.
Indonésia, Índia e Rússia também já receberam as informações técnicas sobre o açúcar bruto e refinado produzidos a partir da variedade geneticamente modificada. O Brasil exporta açúcar atualmente para cerca de 150 países.
A variedade, chamada CTC 20 Bt, tem como característica a resistência à broca (Diatraea saccharalis), responsável por perdas que chegam a R$ 5 bilhões por ano ao setor sucroenergético. Ela reduz a produtividade agrícola e industrial e a qualidade do açúcar, além de gerar custos extras com inseticidas.
Os estudos apresentados mostraram que tanto o açúcar quanto o etanol obtidos a partir dela são idênticos aos produzidos atualmente e que não foram constatados danos ao solo, à cana ou às populações de insetos exceto a pragas como a broca. “Para o produtor, fica mais simples o manejo do canavial e reduzir a quantidade de inseticidas é muito importante. E tem a produtividade maior, que deve corresponder na mesma proporção”, disse Janeiro.
Na safra passada o CTC iniciou a introdução da variedade no mercado e ela está na fase de multiplicação. Mais de 60 usinas plantaram a variedade, numa área aproximada de 400 hectares. Devido à procura, o CTC está ampliando o plano de lançamento nesta safra.
Com o tempo de amadurecimento das lavouras de cana com a cana transgênica, a expectativa é que a primeira moagem dessa variedade ocorra a partir do terceiro ano de plantio, entre 2020 e 2021. É quando esse açúcar obtido da cana geneticamente modificada deverá chegar ao consumidor brasileiro.
Além do CTC, a Embrapa Agroenergia assinou neste ano contrato de parceria de quatro anos para produzir nova variedade transgênica resistente à broca e, também, ao herbicida glifosato, o mais usado no setor. A expectativa é que, até o fim do prazo, a variedade esteja disponível para negociações.
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