Da agricultura remota ao agronegócio globalizado, a extensão rural completa hoje 60 anos de atuação no Paraná. Foi o trabalho dos extensionistas que ao longo dessas seis décadas explorou a vocação natural, definiu o perfil agroeconômico e estruturou a base para o desenvolvimento econômico e social do estado. Hoje, a agropecuária responde por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense, estimado em mais de R$ 350 bilhões.
Do Escritório Técnico de Agricultura (ETA) em 1956, que virou Acarpa em 1959 e enfim se tornou Emater em 1977, a extensão rural também teve participação na estruturação do modelo cooperativista do Paraná, sistema formado basicamente por pequenos produtores e que no ano passado registrou faturamento de R$ 64 bilhões. Três das maiores cooperativas do estado, Coamo, Copacol e Lar, têm extensionistas na presidência. Juntas elas faturam mais de R$ 18 bilhões e atendem mais de 45 mil produtores no estado.
A extensão, no entanto, vive um momento de renovação no Paraná. Um esforço para redefinir o papel da assistência técnica no contexto do agronegócio moderno, com a inserção do pequeno produtor ao mundo da alta tecnologia. “Tem a ver com o econômico e social, com renda e qualidade de vida no campo e na cidade”, diz Rubens Niederheitmann, presidente da Emater.
Ao justificar a importância e o desafio da extensão rural há 60 anos assim como nos dias de hoje, o dirigente conta que no estado ainda existe 160 mil propriedades com área inferior a 10 hectares e 200 mil propriedades com renda mensal inferior a dois salários mínimos. “Em alguns casos, existem produtores e propriedades sem nenhum tipo de assistência, abaixo da linha de pobreza.”
A Emater discute com o governo do estado a recomposição do seu quadro funcional. No início do ano, 143 profissionais aderiram a um Plano de Demissão Voluntária (PDV). O compromisso, em contrapartida, era contratar outras 400 pessoas para recompor e reforçar o quadro de assistência técnica em todo o estado. Os candidatos a extensionistas fizeram concurso público, foram selecionados, chegaram a fazer exame médico admissional, mas ainda não foram contratados. O processo está parado há meses na Secretaria de Estado da Fazenda.
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