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Trigo russo abastece países do Báltico e do Norte da África, principalmente | Arquivo/Gazeta do Povo
Trigo russo abastece países do Báltico e do Norte da África, principalmente| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Faz tempo que nenhum outro país exporta tanto trigo quanto a Rússia.

As estimativas para a colheita do país do Mar Negro continuam crescendo e o mesmo se dá com as perspectivas para exportações. O maior exportador mundial de trigo deverá vender 36,6 milhões de toneladas ao exterior, segundo a consultoria SovEcon e o Instituto de Estudos do Mercado Agrícola (Ikar, na sigla em inglês). Os EUA foram o último país a embarcar mais do que isso, 25 anos atrás.

Ajudada pelo solo fértil e por um maior investimento agrícola, a produção de trigo russa disparou nos últimos anos e permitiu que o país tirasse participação de mercado de grandes exportadores, como os EUA e o Canadá. As colheitas cada vez maiores da Rússia também se somaram a um excedente global dos grãos que derrubou os futuros de referência em Chicago em 50 por cento desde meados de 2012.

A safra mais recente da Rússia acabou sendo maior do que a esperada porque o clima favorável na primavera e no verão ampliaram os rendimentos. A safra recorde e o rublo relativamente fraco mantiveram a competitividade do grão russo e os portos puderam operar volumes maiores, porque o inverno ameno manteve os canais de navegação abertos por mais tempo do que o habitual.

O incremento das exportações russas se devem também à abertura de novos mercados, como o da Venezuela, para onde a Rússia tem enviado cargas todos os meses desde o início dos embarques para o país, em agosto.A estimativa da SovEcon e do Ikar para os embarques da Rússia é maior do que a projeção do Departamento de Agricultura dos EUA, que calcula o total desta temporada em 36 milhões de toneladas. Esta ainda seria a maior quantidade desde que os EUA exportaram 36,8 milhões de toneladas na temporada 1992-1993, segundo dados do governo dos EUA.

No entanto, o total ainda é menor que os 48,2 milhões de toneladas do pico das exportações dos EUA no início dos anos 1980. As exportações americanas continuaram altas durante a maior parte daquela década, em parte porque a ex-União Soviética dependia das compras do exterior.

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