Aquecimento global está entre assuntos que mais preocupam as Nações Unidas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O presidente americano Donald Trump nomeou um ferrenho crítico da teoria do aquecimento global para o cargo científico mais importante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Ex-militar, radialista e professor de Economia aposentado, Sam Clovis declarou em 2014, durante entrevista à Rádio Pública de Iowa, que era “extremamente cético” em relação ao aquecimento global e que muito do que se chama ciência nesta área “é pura balela”.

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“São coisas não comprovadas. Não conheço informação substancial sobre o assunto que não levante tantos questionamentos quanto o número de respostas oferecidas. Então, sou cético”, afirmou o indicado para o cargo de subsecretário para Pesquisa, Educação e Economia do Departamento de Agricultura.

As opiniões de Sam Clovis vão contra o consenso científico predominante. Em seu mais recente relatório, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da ONU, concluiu ser “extremamente provável” que o crescente aquecimento global, desde 1950, tenha como causa dominante as atividades humanas que provocam o efeito estufa.

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A legislação agrícola americana, a Farm Bill, prevê que os indicados para o posto de subsecretário científico do USDA sejam escolhidos “dentre renomados cientistas com formação específica ou experiência significativa em pesquisa, educação e economia”. O detentor do cargo é “responsável pela coordenação da pesquisa, da educação e das atividades de extensão do Departamento”.

O aquecimento global é um tema relevante para o setor agropecuário, já que as mudanças de temperatura e índices de chuva impactam diretamente a produção de alimentos. Sob a administração do ex-presidente Barack Obama, a questão tinha status de assunto prioritário, e o governo buscava incentivar projetos que envolvessem o sequestro de carbono no meio rural. A indicação de Sam Clovis terá ainda de ser confirmada pelo Senado americano.