Com atuação nos 399 municípios do Paraná, a extensão rural se posiciona como uma das ramificações com maior capilaridade no estado. Com essa presença, a Emater vai além da orientação e assistência à pequena propriedade. De programas sociais aos projetos de saúde e educação, os extensionistas participam direta ou indiretamente como apoio na implantação de políticas públicas. Mais do que levar tecnologia ao campo, a assessoria técnica e a extensão rural têm por objetivo a inclusão social dos agricultores e da população como um todo nos municípios rurais.
Destaque entre as ações complementares, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) é um dos exemplos de atuação da extensão rural além da orientação à produção. Desenvolvido em parceria entre a Emater e a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) e as prefeituras municipais, o PNRH já beneficiou 10,6 mil famílias, que ganharam um novo lar. O programa pretende dar melhor qualidade de vida à população do meio rural. Para este ano está programada a construção de mais de 2 mil casas.
O projeto tem o objetivo de estimular a permanência do homem no campo, no combate ao êxodo rural. “Quando o agricultor ganha um novo lar, ele se sente estimulado a investir e permanecer ali. Uma vez entregamos uma casa para uma senhora de 106 anos e a emoção dela nos comoveu”, afirma Geraldo Lacerda, coordenador do Programa de Habitação Rural na Emater. O instituto atua na seleção das famílias, na organização da documentação e no acompanhamento do processo. Os escritórios, nos 399 municípios do estado, também contribuem na execução do projeto. Segundo Lacerda, os extensionistas conhecem a realidade de cada família, o que facilita no momento da seleção para as construções.
As famílias atendidas pelo programa são divididas em grupos, com benefícios e prazos de acordo com a renda anual.
Programas atendem escolas e população de risco
Habitação
- Entre os critérios de acesso ao programa e concessão do benefício está a renda familiar anual e o tamanho da propriedade.
- As famílias beneficiadas estão em três faixas: com renda de até R$ 17 mil; de R$ 17 mil a R$ 33 mil; e de R$ 33 mil a R$ 60 mil por ano.
Além do PNHR, outras ações sociais do governo estão à disposição dos agricultores familiares, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Ambos buscam por meio de novas oportunidades estimular a criação de um mercado para os produtos dos agricultores, incentivando o empreendedorismo local.
O PNAE é do governo federal e se propõe a oferecer alimentação saudável aos estudantes de escolas públicas. A execução fica a cargo das prefeituras com apoio da Emater. O programa torna obrigatório que 30% dos alimentos utilizados nas escolas sejam provenientes da agricultura familiar. Existem cidades como Nova Aurora, onde quase 80% dos alimentos das escolas vêm da produção local. “Nós fazemos o trabalho com os agricultores e orientamos os nutricionistas na montagem dos cardápios de acordo com a produção”, explica Mary Stela Bischof, engenheira agrônoma e responsável pela área de mercados da Emater.
Já o PAA tem por objetivo a aquisição de produtos da agricultura familiar, com a finalidade de atender a demanda de comunidades em condição de insegurança alimentar. Na maioria das vezes, os alimentos são utilizados para compor cestas distribuídas a grupos específicos. No programa, o público atendido em vulnerabilidade socioalimentar deve estar cadastrado em entidades sociais municipais para receber ajuda.
Números do programa
- 10.676 casas entregues no Programa de Habitação Rural (PNHR) no Paraná.
- 2.448 casas em construção a serem entregues nos próximos seis meses.
- 4.134 projetos de casas em análise para construção de outras milhares de casas.
- Mais de 300 municípios já foram beneficiados
- 86 casas em Iretama, município na região centro-oeste, um dos mais beneficiados pelo programa.
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