Até 2020, o mundo terá cerca de 45 bilhões de dispositivos conectados à internet – o equivalente a 4 dispositivos por habitante. No entanto, o desafio para o agronegócio brasileiro é implementar melhorias nas telecomunicações para que não fiquemos para trás nessa corrida pela tecnologia. O alerta foi feito por Mariana Balan, da Furukawa, que falou durante o painel de encerramento do 6º Foro de Agricultura da América do Sul, que ocorreu em Curitiba.
Ao contrário da área urbana, em que a cobertura está mais presente, no campo os produtores sofrem com a ausência de sinal de telefone e internet banda larga.
De acordo com Sérgio Kern, da Telebrasil, as empresas de telecomunicações no Brasil pagam muitos impostos, o que limita os investimentos em alguns setores, especialmente no campo, onde as distâncias são maiores e muitas vezes nem constam na obrigação contratual licitada pelas empresas.
“A política pública define que o atendimento seja urbano, de 80% da sede do município. Os leilões mais recentes não preveem nem obrigações de cobertura”, afirmou Kern. Com exceção das áreas de estradas, por causa disso há uma grande dificuldade de efetivar a telecomunicação. Para ele, o governo precisa rever as políticas públicas para o setor e estimular investimentos.
Plano
O governo federal estuda um plano para a implantação da chamada “Internet das coisas” em que um dos setores beneficiados seria o campo. Essa tecnologia ajudaria, por exemplo, no controle de irrigação, na operação de drones, no acompanhamento da distribuição de produtos e no monitoramento de máquinas e sensores. O plano, porém, ainda não saiu do papel.
José Marcos Câmara Brito, do Inatel, comenta que o instituto está estudando algumas soluções para evoluir na comunicação do meio rural. Uma delas é o uso de conexão 5G. “Se for concebido para o campo ele pode resolver o problema. Temos um protótipo de modem com conectividade de 50 Km e taxa de 100Mb, voltado para a internet tátil, internet das coisas e cobertura de áreas remotas”, explicou. O produto deve estar no mercado em maio de 2020.
Outro protótipo é de uma rede de telefonia móvel LTE (Long Term Evolution) bem mais barata dos que as redes tradicionais desse tipo, baseadas no 4G. “O custo dos insumos do protótipo soma US$ 12 mil e deve estar pronta em dezembro”, avisou. As redes tradicionais custam acima de US$ 1 milhão.
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