Na região de Rio Verde, em Goiás, o clima é de indefinição. Prática cada vez mais comum no estado, o costume de se plantar milho safrinha logo após a colheita da soja foi posto em xeque. Com quebra de até 100% no ciclo 2016/16 no milho, a cautela é quem domina as conversas com agricultores da região sobre o futuro das lavouras. E a área de milho segunda safra, que vinha crescendo ano após ano, deve se manter estável em 2017 ante 2016.
A Cooperativa Comigo, sediada em Rio Verde, atua em 13 municípios, com um total de 7 mil cooperados na região. A área de atuação direta da organização é de 1,2 milhão de hectares com soja já quase todos semeados e em bom desenvolvimento, com chuvas suficientes até o momento. Dessa área, 580 mil (cerca de 50%) devem ser ocupados por milho safrinha logo após a colheita da soja. Mas em qualquer conversa com os produtores, a dúvida sobre o investimento no milho é inevitável.
Jalél Augeri Bertoti, produtor rural de Rio Verde, é um exemplo da cautela com a safrinha. Ele sabe que dos 485 hectares nos quais semeou soja, ele vai fazer uma segunda safra. Mas Jalél não sabe exatamente o que plantará. Eu estou esperando para ver o que vai dar em relação a preço, como vai ser a colheita da minha soja. Uma parte eu vou plantar com milho, mas outra ainda não sei. Eu queria mesmo era plantar feijão, mas aqui é difícil”, diz Bertoti.
O superintendente da Comigo, Cláudio Teoro, explica que isso ocorre porque na safra 2016 de milho a quebra em Goiás foi de mais de 50%. “O maior risco é o produtor agora pensar que a safrinha de milho de 2017 pode ser tão boa a ponto de recuperar as perdas do ano passado, isso é muito perigoso. Nós sabemos que em áreas de baixa atitude, que não têm milho cultivado tradicionalmente na segunda safra, sempre correm mais risco de perdas”, alerta.
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