O que mais empolga os produtores são as produtividades médias elevadas, com talhões produzindo até 75 sacas por hectare, muito acima da média nacional, que é de 55,3 sc/ha.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O atraso no plantio assustou. O clima no início da colheita também. Mas se depender do maior produtor de grãos do país, o Brasil vai bater outro recorde de produção de soja no campo. De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita avançou e alcançou 12,35% na última semana. O percentual está abaixo do registrado no ano passado - que na mesma semana era de 16,25% -, mas acima da média histórica.

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As máquinas ganharam ritmo. Porém, o que mais está empolgando os produtores são as produtividades médias elevadas. Talhões com 70, 73 e até 75 sacas por hectare, muito acima da média nacional, que é de 55,3 sc/ha. Não é uma realidade generalizada, mas é um excelente indicativo do que a safra atual promete. O Imea estima que 9,42 milhões de hectares foram cultivados com soja no estado.

O coordenador técnico do grupo Bom Jesus, Luís Henrique Vigolo, conta que os primeiros talhões de algumas fazendas do grupo, que planta mais de 50 mil hectares na região Sul do Mato Grosso, atingiram uma produtividade média de até 75 sacas por hectare. “A colheita ainda não começou de verdade, mas esperamos bons resultados sim. Altas produtividades nos primeiros talhões são comuns”, conta.

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Segundo Vigolo, que é engenheiro agrônomo, o ano passado foi atípico, ‘fora da curva’. “Na safra passada, só não colheu bem que não fez a lição de casa da porteira para dentro. Neste ano, também esperamos uma safra cheia. Tivemos uma boa janela de plantio, um bom volume de chuvas, a planta se desenvolveu bem, sem incidências alarmantes de pragas e doenças. Quem fez um bom trabalho de manejo vai colher bem”, afirma. A expectativa é fechar com ciclo com uma média de 65 sacas por hectare.

Para a temporada 2017/18, a estimativa do Imea é que o Mato Grosso colha 30,6 milhões de toneladas, um recuo de 2,14% em relação ao último ciclo. Os dados, segundo o gestor técnico da entidade Ângelo Ozelame, são um reflexo do atraso do plantio, mesmo com um aumento de 0,17% na área plantada. “É claro que isso não é um dado final. Pode mudar ao longo da safra. Nós estamos trabalhando com uma produtividade média de 54 sacas por hectare”, salienta.

De acordo com o gestor do Imea, com pouco mais de 10% do território nacional, as regiões produtivas do Mato Grosso vivem realidades diferentes. “Enquanto o Médio-Norte e o Oeste estão com boas colheitas, inclusive com rendimentos melhores que no ano passado, o Nordeste e Sudeste estão com alguns problemas de clima, e isso pode impactar no resultado final”, explica.