No próximo dia 19 tem depósito em conta para os 28,3 mil associados da Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina. A cooperativa fará a segunda parcela de distribuição dos lucros de 2017. Desta vez serão R$ 222,3 milhões. Em dezembro a empresa já havia adiantado R$ 95,4 milhões.
O fato de os agricultores terem “segurado a soja” à espera de melhores preços fez com que o valor total do repasse, de R$ 318 milhões, ficasse abaixo das ‘sobras’ distribuídas em 2016, que alcançaram R$ 338 milhões. O anúncio oficial do repasse aos cooperados será feito na Assembleia Geral da cooperativa, marcada para o dia 16 de fevereiro.
De acordo com o presidente da cooperativa, Aroldo Gallassini, o faturamento da Coamo em 2017 foi de R$ 11,07 bilhões, valor ligeiramente inferior aos R$ 11,4 bilhões de 2016. “Nós tivemos uma supersafra, mas o produtor segurou o produto. Os preços não ajudaram”, explica. Segundo Gallassini, uma simulação feita pela equipe técnica da cooperativa mostra que se toda produção tivesse sido comercializada e os insumos comprados tivessem sido retirados, o faturamento saltaria para R$ 14,7 bilhões. “Seria um crescimento muito expressivo”, afirma.
A queda no preço das commodities como soja, milho e trigo ao longo do ultimo ano não afetou apenas o faturamento da Coamo, mas também o estoque. Neste momento, a Coamo tem 47 milhões de sacas de 60 kg de soja, milho e trigo estocados. A capacidade estática total da cooperativa é de 90 milhões. “No ano passado, nós recebemos 127 milhões de sacas”, informa o presidente.
Com a aproximação da próxima safra, a cooperativa adotou uma politica de cobrar pelo uso dos armazéns. A Coamo mantém mais de 110 unidades estrategicamente localizadas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A partir de 1º de janeiro de 2019, será cobrado R$ 0,25 centavos por saca, mensalmente.
“No começo da cooperativa nós cobrávamos. Com o tempo, passamos a não cobrar, mas o produtor vendia. Atualmente, ele vem segurando. Há três, quatro anos, o estoque de passagem era 3 milhões de sacas, passou para 19 milhões, agora está em 43 milhões. E temos outra safra chegando”, diz.
Desde outubro a Coamo cobra a taxa de produtores não cooperados. “A decisão foi muito bem aceita entre os cooperados. Estabelecemos um bom prazo, para que o produtor possa se planejar”, explica. Mesmo com a decisão, a Coamo prevê a reutilização de silos bag, assim como aconteceu no último ciclo. Atualmente, a Coamo é responsável pelo recebimento e comercialização de 16% da produção paranaense e de 3,5% de toda safra de grãos e fibras produzidas no Brasil.
Fazenda modelo
Nesta semana, a Coamo realiza em Campo Mourão o 30° Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental. O evento, exclusivo para cooperados e técnicos da cooperativa, é uma vitrine para novas tecnologias no campo. Foi criada em 1975, apenas cinco anos após a fundação da Coamo. Com 190 hectares, a fazenda é utilizada para experimentos e pesquisa.
Segundo o chefe da Fazenda Experimental, Lucas Simas, o local serve para testar produtos, tecnologias e ferramentas antes de serem oferecidas aos cooperados. “Todos os produtos que oferecemos na nossa linha passaram antes pelo crivo da Fazenda Experimental, dependendo do tipo de produto, ela passa dois, três anos na Fazenda, antes de ir para o mercado”, explica.
Neste ano, entre os dez temas abordados estão nutrição de plantas e adubação, fungicida e manejo de solo. A Fazenda Modelo trabalha com soja, milho, trigo e integração lavoura-pecuária. “Conduzimos mais de 120 trabalhos por ano. Muitos exclusivos, outros em parcerias com universidades, Embrapa e Iapar. Para selecionar os temas, fazemos uma enquete interna com nossos técnicos de campo”, diz Gallassini. O evento vai até sexta-feira (9), e deve receber mais de 4 mil cooperados.
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