Navio atracado no TCP, e m Paranaguá| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Pense num negócio gelado. Para garantir a qualidade dos alimentos perecíveis destinados à exportação, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) mantém a qualquer hora do dia ou da noite o equivalente a 300 mil geladeiras ligadas em temperaturas de até 25 graus abaixo de zero. Em junho, isso significou um consumo médio de 8,64 milhões de quilowatts/hora, energia que ajudou a garantir um novo recorde na movimentação de contêineres pelo terminal operado pela iniciativa privada em Paranaguá.

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No total, entre embarques e desembarques, foram movimentados em um mês 74.169 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Para a empresa, o desempenho se deve em grande parte ao aumento no número de embarques de cargas refrigeradas por Paranaguá e é um sinal da retomada da economia brasileira.

Há espaço para mais cargas geladas. O que não falta são tomadas no pátio do TCP, que fica ao lado do Porto de Paranaguá. Em média, no mês de junho, 2184 contêineres permaneceram ligados, dia e noite. “Temos o maior parque de tomadas reefer (próprias para contêiner) do continente, com 3.624 unidades”, orgulha-se Juarez Moraes e Silva, diretor superintendente comercial da empresa, criada em 1988.

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Pelos contêineres de 20 pés (6 metros de altura, por 2,34 de largura e 2,28 de altura), cada um com capacidade para 21,9 mil kg de carga, são despachados alguns dos principais itens da pauta de exportações do Paraná. As carnes, de aves, suínas e bovinas, formam a maior parte das cargas refrigeradas (93%), seguidas de frutos do mar e peixes (2%) e outros itens diversos (5%). Os produtos perecíveis respondem por 39% do total de embarques do TCP, seguidos pelo grupo de madeiras, com 19%, e papel e celulose, com 8%.

Considerando apenas o embarque de cargas reefer, ou seja, frigorificadas, os 16.455 TEUs movimentados em junho também representam um recorde na história do terminal. O fornecimento de energia elétrica é tão vital para o negócio que não dá para correr risco de prejuízos com um eventual apagão. O TCP possui contrato terceirizado para fornecer geradores em tempo hábil, caso ocorra alguma emergência.

Esse mar de geladeiras é movimentado como em uma brincadeira de lego, com encaixe, desencaixe e empilhamento. Tudo é comandado “do céu” por operadores de guindastes de 75 metros de altura. A agilidade é garantida também pela atuação dos chamados órgãos intervenientes, como a Receita Federal, Vigilância Sanitária e Ministério da Agricultura, dentro da área primária. “As vistorias diárias e rápida liberação das cargas são um fator importante para quem trabalha com mercados extremamente exigentes”, sublinha Moraes e Silva.

A estrutura foi colocada à prova no dia 13 de julho, quando atracou na costa paranaense o navio Cape Sounio, da rota asiática, o maior cargueiro que já apareceu em Paranaguá, com 330 metros de comprimento, 48 metros de largura e capacidade para 11 mil contêineres. A tendência é que navios ainda maiores, com 368 metros, comecem a atracar nos próximos anos, após as obras de dragagem aumentarem o calado operacional para 13,30 metros. No novo contrato de arrendamento do TCP (por mais 25 anos a partir de 2023), consta a construção de dolfins exclusivos para a atracação de navios que fazem o transporte de veículos e a ampliação da retroárea, de 320 mil m2 para 477 mil m2.

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