As cooperativas agropecuárias do Paraná, que faturam cerca de R$ 150 milhões por dia na produção e comercialização de fertilizantes, grãos, carnes, leites e derivados, estão entres os setores da economia paranaense mais prejudicados pelo bloqueio das estradas pelos caminhoneiros.
É uma situação que “preocupa sobremaneira as cooperativas paranaenses”, diz o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken.
Em nota, Ricken aponta que os prejuízos se avolumam especialmente para os produtores rurais que trabalham com perecíveis, como o leite. “Não tendo como estocá-lo por mais de três dias, acabam jogando fora o produto, num momento em que a produção é baixa devido à entressafra, com a aproximação do inverno”.
Para o dirigente cooperativo, “a situação é grave e precisa de uma solução imediata”. “Que o governo federal abra um canal de negociações com as lideranças dos caminhoneiros e o bom senso prevaleça e resolva esta situação, para que não haja um colapso no abastecimento para a população brasileira”.
Impacto externo
Além do prejuízo no mercado interno, a paralisação atinge em cheio as exportações do agronegócio. Por dia, o Porto de Paranaguá deixou de receber dois mil caminhões, desde segunda-feira. Ricken lembra que os navios à espera de embarques vão cobrar o chamado demurrage, multa diária paga pelo contratante quando o embarque demora mais do que o prazo combinado. Atualmente, a multa está em torno de US$ 30 mil por dia, por navio parado.
O motivo da paralisação “é justo”, segundo Ricken, que lembra que os constantes reajustes no óleo diesel também atingem diretamente os produtores rurais, por ser um insumo básico em suas atividades. “Porém, não concordamos que os prejuízos recaiam nos ombros de produtores e cooperativas, setores que têm contribuído de forma direta na geração de empregos, renda e desenvolvimento da economia paranaense”.
Veja como os bloqueios dos caminhoneiros atingem algumas das principais cooperativas agropecuárias do Paraná:
- C.Vale (Palotina) – Produção paralisada. São 530 mil frangos e 50 mil tilápias que deixam de ser abatidos diariamente.
- Frimesa – Abate de suínos suspenso nos frigoríficos de Medianeira e Marechal Cândido Rondon. A medida interrompe um faturamento diário de R$ 12 milhões.
- Lar (Medianeira) – Suspenso o abate de 615 mil aves por dia.
- Copagril (Marechal Cândido Rondon) – Atividades da Unidade Industrial de Aves serão interrompidas a partir desta quinta-feira (24/05).
- Alegra – Nesta quarta (23/05) a marca de carne suína da intercooperação Unium, Frísia, Castrolanda e Capal, interrompeu as atividades em sua indústria, localizada em Castro. Deixam de ser abatidos 3,2 mil suínos por dia. Os 1.500 empregados foram liberados temporariamente.
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