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Ciclo de soja no hemisfério norte começa após a colheita na América do Sul | ALBARI ROSA/GAZETA
Ciclo de soja no hemisfério norte começa após a colheita na América do Sul| Foto: ALBARI ROSA/GAZETA

A guerra comercial que aflige os produtores de soja americanos é uma dádiva para seus vizinhos do norte.

Os embarques de soja do Canadá para a China – o maior importador mundial – alcançaram um recorde de 1,23 milhão de toneladas em janeiro, mais de quatro vezes o volume exportado no mesmo período do ano passado. O desempenho também ficou bem acima das 800 mil toneladas embarcadas em dezembro de 2018, segundo dados divulgados pela administração geral da alfândega canadense, nesta terça-feira (26).

As importações chinesas dos EUA despencaram de 5,8 milhões de toneladas em janeiro de 2018 para apenas 136 mil toneladas no mês passado. Para evitar tarifas retaliatórias de 25% impostas por Pequim a produtos agrícolas americanos, os importadores chineses, geralmente agroindústrias que esmagam a soja para obtenção de óleo e farelo, desviaram suas compras para o Canadá e para o Brasil. Em janeiro, o Canadá ficou em segundo lugar nos embarques globais de soja para a China, atrás apenas do Brasil, que exportou 4,93 milhões para o país asiático.

“As tarifas sobre os produtos agrícolas americanos parecem ser a razão direta do aumento das importações do Canadá”, diz Monica Tu, analista de grãos da Shanghai JC Intelligence. Segundo ela, a maior parte das compras provavelmente foi feita por companhias estatais para formação de estoques.

A disputa entre os EUA e a China causou disrupção no fluxo do comércio global, com súbita alteração das rotas na medida em que o gigante asiático passou a buscar suprimentos em outros mercados. Mais recentemente, a China voltou às compras no mercado americano de soja, como um gesto de boa vontade no contexto das negociações para resolver a guerra comercial.

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