A China anunciou nesta terça-feira tarifas anti-dumping contra o sorgo produzido nos Estados Unidos, uma medida que atinge em cheio os agricultores e promete exacerbar ainda mais o conflito comercial entre as autoridades de Pequim e Washington.
O Ministério do Comércio chinês informou que a partir desta quarta-feira (18/04), para entrar no país, o sorgo americano será taxado em 178,6%. Como justificativa, foi citada uma investigação oficial que apontou que o produto subsidiado vem prejudicando os agricultores chineses.
A notícia chega um dia depois de os Estados Unidos proibirem indústrias americanas de vender componentes de celular para a fabricante chinesa ZTE Corps por um período de sete anos. O Departamento de Comércio afirmou que a ZTE violou um acordo feito após ser flagrada vendendo produtos americanos para o Irã.
As sanções mútuas surgem num momento de elevada tensão entre as duas maiores economias mundiais. Nas últimas semanas os EUA e a China vêm trocando ameaças de imposição de taxas e sobretaxas no valor de vários bilhões de dólares.
A taxação do sorgo é resultado de uma investigação de dois meses que concluiu haver a prática de dumping do produto americano no mercado chinês. Por coincidência ou não, os EUA têm acusado a China de fazer exatamente a mesma coisa com vários produtos, como o alumínio, por exemplo.
As autoridades de Pequim disseram que as exportações do sorgo americano para o País aumentaram de 317 mil toneladas, em 2013, para 4,76 milhões de toneladas em 2017 - enquanto o preço do produto exportado caiu 31%, causando prejuízo aos produtores chineses.
“Nossas ações estão em linha com a legislação chinesa e com as normas da Organização Mundial do Comércio, visam corrigir práticas comerciais injustas, preservar a ordem dos mercados e a competição livre”, afirmou, em nota, Wang Hejun, diretor do Departamento Ministerial de Investigações de Práticas Comerciais Ilícitas.
Na China, o sorgo é usado como ração para animais e também como matéria-prima na produção de um tipo de licor bastante popular.
