Carne de peru intoxica 90 com salmonela

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Pelo menos 90 pessoas adoeceram nos Estados Unidos em um novo surto de salmonela, desta vez relacionado ao consumo da carne e de subprodutos crus de peru.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a contaminação pela bactéria salmonela enterica teve origem em “diversos subtipos de alimentos” e se espalhou por 26 estados americanos.

Quase metade das pessoas infectadas precisaram ser hospitalizadas, mas não houve nenhuma morte. Bill Marler, advogado especializado em casos de intoxicação alimentar, disse que o surto atual mostra “uma contaminação por salmonela que começou na propriedade rural e se estendeu por uma enorme variedade de produtos”.

“É um exemplo de como as salmonelas, especialmente aquelas resistentes a antibióticos, podem começar num endereço e se espalhar por toda a cadeia alimentar”, sublinhou Marler.

As autoridades não conseguiram rastrear uma propriedade, fábrica ou distribuidor onde a contaminação tenha iniciado, apenas informaram que os episódios envolvem diversas marcas e produtos e incluem aves vivas e carne crua de peru, assim como ração de cães e gatos com carne crua de peru na fórmula.

A maior parte dos casos foi registrada em Minnesota, onde pelo menos 13 pessoas adoeceram - seguido pelos estados de Illinois, Nova York e Texas, segundo o CDC.

Contaminação via pets

Algumas das pessoas infectadas informaram que não chegaram a comer, apenas prepararam a carne. De acordo com o CDC, pelo menos duas pessoas relataram ter passado mal depois de seus animais de estimação comerem ração com carne crua de peru. Em fevereiro, o Departamento de Saúde de Minnesota divulgou que estava investigando dois casos de crianças que adoeceram depois de dar ração com carne crua de peru para seus cachorros.

Nos últimos meses, houve uma série de surtos de salmonela nos EUA, incluindo casos relacionados a salada de macarrão, linha de cereais da marca Kellogg’s e melões pré-cortados.

Segundo Bill Marler, o fato de haver mais relatos de surtos se deve, provavelmente, à combinação de um melhor monitoramento com a própria elevação do número de casos. “Parece que há algo de errado no sistema alimentar, não se pode creditar essa elevação apenas a um melhor monitoramento”, observou.

O CDC informou que as pessoas infectadas relataram sintomas de diarreia, febre e dores estomacais, e que a maioria dos casos não precisou de intervenção médica. Segundo a agência, essas infecções raramente levam à morte.

O CDC, no entanto, compilou uma lista de boas práticas para evitar as infecções:

- Lavar bem as mãos antes e depois de preparar qualquer alimento, especialmente carnes cruas;

- Lava todas as áreas e objetos envolvidos na preparação do alimento, como mármores e tábuas de carne;

- Sempre lavar as mãos após brincar com bichos de estimação ou após usar o banheiro;

- Cozinhar muito bem as carnes;

- Não alimentar animais de estimação com ração que contenha ingredientes cárneos crus.