As fabricantes chinesas chegaram ao mercado brasileiro em 2011 com a proposta de oferecer automóveis mais equipados e com preços inferiores em relação às opções vendidas no país. E embora tenham um custo-benefício interessante na hora da compra, os veículos ainda geram certa desconfiança em relação à qualidade, manutenção e serviços de pós-venda.
Quanto custa?
Confira os preços e saiba mais sobre os modelos das marcas chinesas mais procuradas em Curitiba
Leia a matéria completaPorém, mesmo convivendo com o cenário de receios do consumidor, as marcas tentam mudar o panorama com a oferta de produtos em vários segmentos e aberturas de fábricas em solo nacional. A JAC Motors, por exemplo, prevê iniciar suas atividades no fim de 2016, em Camaçari (BA). A Chery inaugurou sua unidade fabril em agosto de 2014, em Jacareí (SP). E a Lifan mantém os trabalhos operacionais no Brasil por meio do seu armazém de peças localizado em Salto (SP).
Atualmente existem oito representantes chineses atuando no país, formando o maior mercado de marcas presente dentro do cenário nacional. São elas: JAC Motors, Changan (ex-Chana), Chery, Rely, Lifan, MG, Jinbei (CN Auto) e Geely.
Custo-benefício esbarra no pós-venda e depreciação
Para alguns consumidores, a desconfiança nunca foi uma barreira para adquirir modelos de marcas chinesas. Ouvimos proprietários que relatam satisfação com o produto, porém classificam os serviços de pós-venda e a desvalorização na troca como os principais pontos a serem melhorados.
O vigilante Erizon Correia Leite, 46 anos, de Curitiba, é proprietário de um JAC J3 Turin 2014 (R$ 33,6 mil, segundo a tabela Fipe). Ele conta que a aquisição do carro foi motivada pelo custo-benefício, mas revela que a dúvida o acompanhou até fechar negócio. “Por ser uma marca não tão conhecida tinha uma desconfiança, mas agora vejo que valeu a pena, pois o carro é muito bom e oferece mais equipamentos pelo menor preço”.
No entanto, Leite alerta sobre o custo das revisões e de peças. Ele diz que é difícil achar itens de reposição para esses carros no mercado paralelo; somente nas concessionárias. Assim, a revisão ou troca de um componente tende a ser mais cara, principalmente após o período de cobertura da garantia.
O preço mais salgado na manutenção e na reparabilidade não são critérios capazes de fazer Leite a mudar de planos. “Quando vencer a garantia já quero trocar, e por um veículo da mesma marca, apesar de já saber que haverá depreciação do valor, devido à simulação que fiz na concessionária”, salienta.
Há quem tenha superado o período de desconfiança e efetuado a troca do usado chinês por um novo. É o caso da advogada Ana Munhoz da Rocha, 41 anos, também da capital. Ela possuía um SUV Tiggo 2011, que há seis meses foi trocado por uma versão mais atualizada, ano 2015 (R$ 48,8 mil).
No ano passado, a montadora deu uma repaginada no jipinho, adicionando novos faróis e grade.
Ana até realizou test drive em outras marcas, no entanto resolveu dar continuidade à Chery, especialmente pelo conforto e segurança. Ela revela que até passou a recomendar o veículo a amigos e potenciais compradores. “Indiquei o modelo para a minha sogra, que conheceu o meu e acabou comprando um igual”, reforça a feliz proprietária.
Já Michele Cunha Fortes, 37 anos, que tem uma loja de móveis em Curitiba, pôde explorar as impressões (boas e ruins) que pairam sobre as marcas chinesas. Ela relata que chegou a receber críticas quando se interessou pelo seu Lifan X60, ano 2015 (R$ 54,1 mil). “Algumas pessoas da minha família e até o meu corretor de seguros não concordavam com o fato de estar interessada em comprar um carro desta marca”. Mesmo com os conselhos, manteve sua opinião e se diz satisfeita.
“É um carro bonito e bem mais completo do que o Fiat Idea que eu tinha na época. Então, comprei e não me arrependo”, diz Michele. Ela teve de recorrer ao serviço de pós-venda, quando o visor da central multimídia quebrou.
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