O nome bem brasileiro já é um primeiro passo para fazer a Kia Motors ‘virar a chave’ no páís - a marca amarga quedas sucessivas em vendes desde 2012 (leia mais abaixo). Em 2017, a gigante sul-coreana começa a trazer do México o hatch Rio, que terá a nova geração apresentada mundialmente no Salão do Automóvel de Paris, no fim de setembro.
O modelo é um dos mais vendidos da marca no mercado global, porém há tempos ensaia a sua estreia por aqui - na Argentina e Uruguai, ele já comercializado e a atual terceira geração é vista em cada esquina nos países vizinhos.
O Rio é uma espécie de irmão mais nobre do Hyundai HB20, com quem divide a mesma plataforma e deverá também compartilhar o motor 1.6 flex, de 128 cv, associado aos câmbios manual e automático, ambos de seis velocidades.
Vale ressaltar que as montadoras asiáticas integram o conglomerado Hyundai Kia Automotive Group, conciliando conceitos e plataformas, apesar da rivalidade entre seus produtos no mercado.
A novidade se posicionará acima do compacto Picanto, vendido a partir de R$ 40.990 (manual) e que chega importado da Coreia do Sul. Como o Rio virá da fábrica de Pesquería, próxima a Monterrey, não haverá a cobrança da sobretaxa de 35% para a sua entrada no país, o que ajudará a ter um preço mais competitivo.
Especula-se numa tabela entre R$ 50 mil a R$ 70 mil, um pouco acima da faixa do HB20 (vai de R$ 41,6 mil a R$ 62,2 mil), o segundo carro mais vendido em solo nacional, atrás apenas do Chevrolet Onix (de R$ 44,9 mil - na versão reestilizada - a R$ 62,3 mil) .
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Na verdade, teria como rivais diretos Ford New Fiesta (de R$ 52 mil a R$ 72 mil) e Peugeot 208 (de R$ 50,3 mil a R$ 80,3 mil), apesar de as dimensões o colocarem num patamar intermediário, entre os seus concorrentes e Ford Focus e Volkswagen Golf.
Segundo a fabricante, as mudanças recebidas pelo novo Rio valorizaram o porte e espaço do carro, que está maior que o anterior. Ele mede 4,06 metros de comprimento e 1,72 m de largura, o que significa 1,5 cm e 0,5 cm a mais, respectivamente. O entre-eixos cresceu 1 cm, chegando a 2,58 m. Como comparação, o HB20 possui 3,92 m de comprimento, 1,68 m de largura e 2,50 m de entre-eixos.
Design
O projeto da quarta geração do Rio foi desenvolvido em parceria com os centros de estilos da Coreia do Sul, Estados Unidos e Alemanha. Comparado ao antecessor, o hatch apresenta linhas mais retilíneas e arrojadas, com destaque ao aumento da grade com a assinatura do ‘focinho de tigre’, criado por Peter Schreyer, ex-designer da Audi. O capô também foi alongado.
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Os faróis, mais finos, ganharam lâmpadas maiores com iluminação em led. A traseira traz lanternas mais horizontais, em led, com novos elementos internos .
Lá fora, o Rio deve usar os mesmos propulsores do Hyundai i20, a versão europeia e mais requintada do HB20. São seis versões que vão do 1.1 a 1.4. Destaque para o inédito 1.0 T-GDI, de três cilindros, que gera 120 cv e 17,5 kgfm sobrealimentado pelo turbo.
O HB20 também tem a opção 1.0 turbo, flexível, que rende 98/ 105 cv e 13,8/15,0 kgfm, porém sem injeção direta como na motorização europeia - este sistema tem com uma das vantagens propiciar o melhor desempenho do propulsor graças a queima mais completa do combustível.
Geração atual (3.ª)
Atraso na estreia
Os planos da Kia era lançar um lote especial do Rio durante os Jogos Olímpicos para aproveitar a ligação do nome com o evento no Brasil.
No entanto, problemas causados pela troca de governo na região de Nuevo León, onde fica a unidade de Pesquería, travaram os incentivos prometidos e atrasaram o início das operações da nova fábrica.
A inauguração oficial ocorreu só último no dia 8 de setembro, mas desde maio a nova geração do Cerato já é produzida por lá. O sedã também chegará ao mercado brasileiro em breve.
Com isso, a produção do novo Rio começará entre novembro e dezembro, adiando o início das vendas por aqui para o primeiro trimestre de 2017.
Kia projeta recuperação com lançamentos
Em 2011, a Kia Motors vendeu no Brasil cerca de 80 mil carros. Em 2015, o volume da marca sul-coreana ficou próximo a16 mil unidades. Números que, segundo a empresa, refletem as limitações impostas pelo programa Inovar Auto, lançados pelo governo em 2012 e que fez em vigorar o IPI adicional de 30% para importados.
As vendas da marca caíram mais de 30% só no ano passado. De acordo com a Kia, a cota de 4.800 carros importados para quem não possui fábrica ainda é muito pequena e vender fora desse limite é inviável, diz a marca. Além disso, o dólar muito alto afeta diretamente as operações dos importadores.
Para a empresa, 2016 pode ser um pouco melhor, devido a importação do México, sem IPI majorado e sem imposto de importação.
Além do Rio e do Cerato, o portfólio da Kia inclui de novidades a nova geração do SUV Sportage - lançada em junho no país - e a atualização do sedã grande Optima, ainda sem data para estrear.
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