Fabricante de modelos que por cinco décadas dominaram a preferência dos brasileiros - o Fusca e o Gol -, a Volkswagen quer ser mais do que uma montadora popular. Sua nova estratégia comercial inclui reforçar o posicionamento em gamas mais caras do mercado num momento em que os segmentos populares são os mais atingidos pela recessão econômica.
O objetivo é subir de R$ 48 mil para R$ 55 mil o valor médio dos carros vendidos para seus consumidores, cujo salário médio deverá, nos planos do grupo, aumentar de R$ 8 mil para R$ 10 mil.
A Volks pretende fazer isso ao mesmo tempo em que se esforça para rejuvenescer o público que consome os automóveis da marca. Nesse caso, busca uma redução de 46 para 38 anos na idade média da clientela.
A estratégia passa pela renovação e ampliação do portfólio. Um utilitário esportivo compacto para disputar espaço com o HR-V, da Honda, e o Renegade, da Jeep, está nos planos para os próximos três ou quatro anos, conforme afirmou o presidente da Volkswagen no País, David Powels.
A nova plataforma será implementada em duas fábricas, sendo que uma delas já foi escolhida, adiantou o executivo sul-africano - sem revelar qual unidade foi eleita. A de São José dos Pinhais já produz modelos mais premium da marca, no caso o Fox e o Golf.
LEIA MAIS: De up! a Golf, modelos somem das lojas com a paralisação na Volkswagen
“Se olharmos a história da Volkswagen em 30 ou 40 anos atrás, o carro popular foi grande parte do nosso negócio. Mas agora a marca é muito mais do que um carro popular. Temos uma linha de produtos que vai do carro popular a carros premium. Vamos tentar entrar no Brasil em todos segmentos do mercado”, afirmou Powels.
LEIA MAIS: Novo Gol dará origem a crossover compacto inédito da Volkswagen
O executivo fez durante o fórum um discurso no qual abordou a ‘reconstrução’ da marca, um trabalho feito pelo grupo globalmente desde a descoberta da fraude envolvendo a manipulação de testes de carros a diesel nos Estados Unidos. No Brasil, a avaliação da multinacional alemã é que a montadora perdeu conexão com o consumidor.
“Temos que mudar a propaganda, nossos produtos, nossos processos. Isso vai demorar um pouco. Mudar a imagem não é coisa de seis ou doze meses” disse Powels.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast