A fila quilométrica de carros estacionados às margens da rodovia que leva à Jazida Rio Bonito resumiu o que foi a Subida da Montanha, ocorrida neste domingo (29), em Campo Largo. Cerca de 5 mil pessoas prestigiaram à prova, registrando o maior público nas três edições já realizadas no local. Recorde também na pista, com o curitibano Maurício Neves cumprindo os 6 km do trecho sinuoso em 2m42s93 a bordo de seu Peugeot 207 XRC, de 510 cv - ele foi 3 segundos mais rápido que a sua própria marca obtida há dois anos.
O sucesso desta edição, aliado à participação mais numerosa de carros preparados para a competição e somente conduzidos por pilotos federados, motivou a organização do evento a batalhar um espaço no calendário anual do automobilismo paranaense. A previsão é repetir a dose no segundo semestre do próximo ano, provavelmente dezembro, e, até quem, fazê-lo duas vezes ao ano.
VÍDEO: Fogo e batida marcaram esta edição
“Eu ainda não consegui escrever no Facebook o que realmente eu gostaria para descrever a grande presença de pessoas nos morros e acostamentos e no alto nível dos veículos”, ressalta Marcelo Preiss, idealizador do evento.
Ele lembra que na 1.ª edição, em 2010, era alguns poucos apaixonados por velocidade distribuídos pelas encostas da pista de concreto e apenas um profissional brigando contra o relógio. “Agora tivemos quatro pilotos de rali, outros dois de Turismo, além dos demais também serem habilitados com a carteira de piloto pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo)”, salienta o organizador ao definir o nível conquistado em três edições. A disputa contou com participantes da Bahia, São Paulo, São Paulo, Santa Catarina, além de todo o Paraná.
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Curitibano Maurício Neves faz o tempo de 2m42s93, 8 segundos mais rápido que o segundo colocado
Leia a matéria completaPreiss frisa que esta é única Subida da Montanha do país em formato de competição, a entregar troféus e ter cronometragem oficial. “A de Jaraguá (SP), por exemplo, é uma das mais famosas e antigas do Brasil, porém não é aberta ao público”, afirma. Neste ano, pela primeira vez a prova teve a supervisão da Federação Paranaense de Automobilismo, o que confere maior segurança e controle durante as disputas.
A ideia de tornar a prova anual terá uma contribuição de peso: a do campeão Maurício Neves, que pretende oferecer um know how de quem já participou de inúmeras modalidades pelo mundo, como Rally dos Sertões e Dakar.
“Na edição passada, já me chamou a atenção a enorme presença do público. Neste domingo, superou as expectativas, como também o nível dos adversários. Tínhamos pilotos profissionais e carros competitivos, como Mitsubishi Lancer EVO e Subaru. Temos de fazer duas edições por ano, especialmente depois que o Autódromo de Pinhais fechar e público ficar carente de provas de velocidade”, destaca.
Faltou alimentação e caminhada até a prova foi longa
Apesar do sucesso na pista e nos morros, a organização reconhece que a estrutura oferecida às pessoas ficou a desejar, principalmente pela ‘invasão’ que se viu nesta edição. Muitas pessoas se precaveram e levaram lanches, barracas e churrasqueiras, munidos de muita água, refrigerante e cerveja. No entanto, várias famílias, boa parte presente ao evento pela primeira vez, estavam com crianças pequenas e até bebê de colo e sentiram a falta de locais para alimentação e um número maior de banheiros químicos.
Sem contar que à medida que os veículos eram deixados estacionados às margens da estrada, mais longa era a caminhada até o local da prova. “Acertamos a ida de alguns food trucks, mas, infelizmente, apenas um compareceu e ficou posicionado na largada (ou seja, 6 km morro abaixo desde o ponto de acesso à pista)”, justifica o organizador Marcelo Preiss.
Ele diz que a Subida da Montanha ainda carece de um maior patrocínio que possibilite criar uma estrutura compatível à dimensão que se transformou o evento. “Precisamos de parceiros que banquem os custos e viabilizem uma estrutura adequada, como por exemplo, ônibus e vans que transportem as pessoas do estacionamento à área da prova”.
Outra queixa observada durante as disputas foi a longa espera entre a segunda e a terceira baterias. O que era para ser apenas meia hora durou mais de 1h30 e sob o sol escaldante do meio-dia. Preiss explica que foi obrigado a adiar a largada porque havia dois carros estacionados em lugares de risco. Eles se posicionaram durante o intervalo das passagens, quando o acesso é permitido para que moradores da região possam usar a estrada. “Havia o perigo de os veículos de corrida escaparem da pista e atingir aqueles carros. Acionamos duas plataformas para retirá-los do espaço, o que levou bastante tempo”.
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