Um serviço de pós-venda que entrega a peça encomendada em até três dias via terrestre ou 24 horas por transporte aéreo em qualquer concessionária da região Sul. E mais, disponibilidade em estoque de 93% dos componentes usados pelos veículos da marca. São com essas credenciais que a chinesa Lifan busca um recomeço no mercado brasileiro.
Após desfazer a parceria com a uruguaia Effa Motors em meados de 2012, que culminou com o fechamento de revendas e, por consequência, com a insatisfação de muitos clientes, que ficaram ‘abandonados’, a montadora trilha um novo caminho com operação própria no país.
O primeiro passo para o resgate da imagem foi dado quase um ano depois, em maio de 2013, com o lançamento do SUV X60. Apresentando um preço competitivo, visual moderno e longa lista de equipamentos de série, a novidade vem cumprindo bem o seu papel. Em dois anos de mercado, tornou-se o carro chinês mais vendido em solo brasileiro, fechando 2015 com 3.082 unidades emplacadas - o Chery Celer (hatch) apareceu no segundo posto, com 1.875 unidades.
“Nós celebramos quando vendemos mais que a Chery e a JAC Motors. Mas ficamos tristes quando vemos a Chery com uma fábrica no Brasil com capacidade para produzir 50 mil veículos, porém vende apenas 5 mil”, observa Luiz Augusto Zanini, diretor de Marketing da Lifan.
FOTOS: Confira mais imagens dos modelos da Lifan.
E o X60 pretende ampliar a vantagem em vendas. A linha 2016 traz rodas maiores, além de novas grade, molduras e lanternas traseiras.
Fábrica
A Lifan ainda tem planos de construir uma unidade no país. “Dinheiro os chineses têm para investir, mas dependerá da marca mostrar capacidade de venda no mercado brasileiro”, diz Luiz Augusto Zanini, diretor de Marketing da Lifan. A necessidade de uma fábrica nacional diminuiu com o novo acordo comercial entre o Brasil e o Uruguai, lembrando que a Lifan possui uma planta no país vizinho que monta e exporta os modelos vindos da China.
Há também uma nova caixa de câmbio, que, segundo a marca, possibilita mais força nas arrancadas, sem perder o aproveitamento da potência do motor 1.8 - o bloco rende 128 cv e 16,8 kgfm de torque. Existe a intenção de equipar o ‘jipinho’ no futuro com um câmbio automático CVT. Já o interior recebeu uma nova forração em couro sintético e oferece ainda central multimídia com GPS e câmera de ré.
O veículo está disponível em duas versões: a Talent, por R$ 61.990, e a VIP, por R$ 65.990. De série, o X60 oferece vem com direção hidráulica, ar-condicionado, controles do som no volante, sensores de estacionamento e crepuscular, vidros elétricos, luzes diurnas em led, rodas aro 17 (Talent) e 18 (VIP), ajuste elétrico dos faróis, velocímetro digital, teto solar (VIP), entre outros. As cores são preto, branco, prata, cinza e vermelho.
Azul na reclamação
Um dos termômetros do nível de satisfação do consumidor é o site Reclame Aqui. E nele, a Lifan estampa o índice ‘Bom’ (rosto azul) na avaliação dos últimos 6 meses. “Evoluímos muito desde que assumimos nossa marca há três anos e tivemos de fazer um trabalho passo a passo para resgatar cada cliente e estabelecer um novo patamar na relação com os consumidores”, explica Carlos Tavares, diretor de pós-venda.
A empresa
Fundada em 1992, a Lifan é um dos maiores conglomerados privados da China e atua em diferentes setores, como automóveis, motocicletas, caminhões, motores, empreendimentos imobiliários e futebol. A marca está presente em 165 países.
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No Brasil, ela atua desde outubro de 2012, quando assumiu a operação de sua marca. A empresa tem sede em Salto (SP), onde também funciona seu centro de distribuição de peças - outro centro de distribuição está em fase de conclusão em Iatajaí (SC).
Hoje são 50 concessionárias em todo o Brasil e o portfólio de produtos é composto pelo SUV X60, o minitruck Foison (R$ 36.790) e o sedan compacto 530 (R$ 41.990). A marca tem forte atuação em Santa Catarina, com lojas com lojas em Florianópolis, Joinville, Itajaí, Chapecó, Criciúma e Rio do Sul, além de destaque em Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás.
Para a marca, a confiança do brasileiro virá com mais carros chineses nas ruas
As marcas chinesas ainda sofrem com a desconfiança do consumidor brasileiro. A oferta de modelos bem equipados e com preços atraentes ainda não é o suficiente para seduzir o comprador. “Essa imagem só irá mudar quando o brasileiro se acostumar a vir nossos carros na rua. Hoje, muita gente já está trocando um carro chinês usado pelo novo, o que mostra uma maior aceitação”, diz Antônio Ricardo da Silveira, um dos sócios da concessionária Lifan em Curitiba, ao lado das irmãs chinesas Daniela Hu e Liming Hu.
Para Luiz Augusto Zanini, diretor de Marketing da Lifan, não é fácil tirar a marca da lama, depois do que ocorreu tempos atrás, mas a resposta do consumidor tem sido bastante positiva, garante. “Todo carro dá problema uma hora. O diferencial é o tempo que a marca levará para atender e solucionar o problema. E nisso temos deixado o nosso cliente satisfeito”, salienta.
Sobre a imagem de que os chineses fabricam veículos frágeis e pouco seguros, Zanini rebate afirmando que o próprio X60 obteve um desempenho muito bom no teste de colisão C-NCAP, na China - órgão equivalente ao Latin NCAP que avalia os produtos vendidos na América do Sul. “Em 2013 ele recebeu quatro estrelas (num total de cinco possíveis) na proteção para adultos e crianças. Além do airbag duplo e do ABS (com EBD) obrigatórios, o modelo traz barras de proteção lateral nas portas e sistema de fixação de cadeiras para crianças do tipo Isofix”, enfatiza.
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