Quem pretende comprar um Renault Symbol e ainda está indeciso quanto à motorização saiba que há pelo menos três vantagens importantes do modelo 1.6 8V em relação ao 1.6 16V: R$ 1,2 mil a menos no valor de tabela, menor consumo de combustível e vida útil mais longa do propulsor. Nos demais quesitos, ou eles são idênticos ou o modelo com maior número de válvulas é superior, como no caso da potência máxima 115 cv contra 95 cv.
O Symbol 8V, oferecido apenas na versão de entrada Expression (R$ 39.990), foi lançado pela Renault para ser a porta de acesso ao primeiro carro de muitos consumidores que estão deixando o segmento dos modelos 1.0. E também uma estratégia para enfrentar sedãs compactos equipados com motores 1.4, como Fiat Siena, Chevrolet Prisma e Peugeot 207 Passion.
O modelo fabricado em São José dos Pinhais (PR) cumpre bem a proposta da montadora, conforme avaliou a reportagem do Automóveis Motos & Cia. O Symbol 8V se mostrou mais apropriado para o anda-e-para do trânsito urbano, enquanto o 16V, testado no lançamento do modelo, em março deste ano, é ideal para rodar em cidades onde o trânsito flui bem ou quando pega uma estrada.
Mais forte nas rotações baixas, o 8V não exige tanta atenção do motorista no controle da embreagem e do acelerador nas saídas, o que torna a condução mais fácil e agradável. Isso se explica pelo fato de os motores multi-válvulas trabalharem bem quando o ponteiro do conta-giros é mantido acima das 2.000 rpm antes dessa faixa, costuma "vacilar". Ou seja, é bem provável que alguém acostumado com um 8V deixe o 16V morrer nas primeiras arrancadas.
Apesar da diferença nas potências, o irmão "mais fraco" não decepcionou. O motor gera torque (força) de 13,7 kgfm (G) e 14,1 kgfm (A) a 2.850 rpm. Traduzindo, já em baixas rotações responde com satisfação à pressão no pedal direito. A impressão é de ser mais esperto do que apontam os números de fábrica. O consumo, porém, mesmo sendo menor comparado ao 16V, se mostrou um pouco acima da média em sua categoria. Na cidade, ficou entre 6 e 7 km por litro de álcool.
Posicionado entre o Logan e sedã médio Mégane, o Symbol não oferece o mesmo espaço dos outros dois sedãs da marca. Pelo contrário, por ser um carro para a família, ele fica devendo neste quesito. Para os mais exigentes certamente significará desconforto numa viagem mais longa, apesar de os bancos possuírem desenho e revestimento que acomodam bem os passageiros. A suspensão bem acertada também ajuda a melhorar a vida dos ocupantes. Mal se sentem as irregularidades do asfalto. Mesmo em velocidades mais altas, o condutor sempre tem o sedã nas mãos. Já no porta-malas, há espaço de sobra com os seus 506 litros.
O "aperto" interno é compensado pelo recheio nos equipamentos. Ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, desembaçador de vidro traseiro e até air-bag duplo são de série. Adicione ainda itens "menores", como alarme, banco do motorista e volante com regulagem de altura, protetor de cárter e detalhes prateados na cabine.
O painel de duas cores (escura em cima, clara embaixo) passa a noção de amplitude e o quadro de instrumentos é de fácil leitura.
Visual
Por fora, o visual também incentiva à compra. O farol dianteiro é enorme e avança sobre o capô e os paralamas. Visto de lado, chama a atenção o acentuado vinco na linha da cintura, que vai dos faróis às lanternas traseiras. O modelo não traz aquele corte abrupto para o volume do porta-malas isso elimina a sensação de ser um hatch adaptado. A parte traseira é realçada pela tampa do porta-malas alta e curta. O modelo traz um pacote fechado de opcionais (R$ 800), que inclui rádio CD player com MP3, comando satélite na coluna de direção e computador de bordo. A pintura metálica custa R$ 850, enquanto os freios ABS saem por R$ 1.500.
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