35º Festival de Cinema de Gramado começa neste domingo

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Em busca do prestígio perdido nos últimos anos, começa na tarde deste domingo (12), o 35º Festival de Cinema de Gramado, na Serra Gaúcha. A solenidade oficial de abertura tem início às 17 horas.

A primeira mudança foi que o evento ganhou mais um dia de programação (tradicionalmente, começava às segundas-feiras) e a outra é que as produções latinas estão novamente programadas para as sessões noturnas, depois de passarem os últimos dois anos sendo projetadas à tarde.Com estas alterações a exibição de curtas-metragens passam para uma sessão especial, às 17 horas, com entrada gratuita. As sessões noturnas tem preços de R$ 80,00 e R$ 40,00.

Além dos tradicionais troféus Oscarito e Abelin, que nesta edição serão concedidos, respectivamente, à atriz Zezé Motta (pela carreira no cinema) e à produtora Casa de Cinema de Porto Alegre (pela contribuição ao cinema brasileiro), o evento criou mais uma honraria, o troféu Kikito de Cristal, que será concedido primeiramente ao documentarista Eduardo Coutinho, pelo conjunto de sua obra.

O novo sistema de júri popular, criado no ano passado, foi ampliado para a 35.ª edição. Ao invés dos votos de todos os presentes nas sessões, em Gramado, os melhores filmes na visão do público serão escolhidos por um colegiado selecionado pelo festival em parceria com os principais jornais do Brasil, incluindo a Gazeta do Povo. O júri terá 12 componentes em 2007, entre eles Ronan Andrade Diniz, estudante de Odontologia escolhido em concurso de resenhas do Caderno G.

Filmes

Depois de fracas seleções de filmes brasileiros entre 2003 e 2005, o Festival de Gramado acertou com o crítico de cinema José Carlos Avellar e com o documentarista Sérgio Sanz para a curadoria da programação de 2006, que destacou alguns filmes interessantes.A dupla segue na edição deste ano, em que o principal destaque entre os longas nacionais é "Deserto Feliz", novo trabalho do pernambucano Paulo Caldas (co-diretor de "Baile Perfumado", de 1996), selecionado para a mostra paralela do Festival de Berlim 2007. A produção, que trata de temas sérios como a exploração sexual de meninas e o tráfico de animais, é estrelada por Peter Ketnath e João Miguel, dupla do elogiado "Cinema, Aspirinas e Urubus".

Completam a seleção brasileira: "Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais", de Carlos Prates (documentário, RJ); "O Condor", de Roberto Mader (documentário, RJ); "Olho de Boi", de Hermano Penna (São Paulo, SP); "Otavio e as Letras", de Marcelo Masagão (ficção, SP); e "Valsa para Bruno Stein", de Paulo Nascimento (ficção, RS).Como também tem acontecido em edições recentes do festival, a programação de longas latinos parece ser mais interessante em 2007, a começar por "El Baño del Papa", co-produção Uruguai/Brasil co-dirigida por César Charlone, diretor de fotografia dos filmes de Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel" e o novo "Blindness", que está sendo rodado atualmente). O longa, que retrata o rebuliço causado pela visita de João Paulo II a uma pequena cidade uruguaia em 1988, foi apresentado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2007.

Outro longa-metragem relevante é "Madeinusa", de Claudia Llosa, que apresenta uma trama divertida sobre os habitantes de uma pequena aldeia peruana – a personagem central é uma menina chamada Madeinusa (de made in USA). Fecham a lista latina: "O Cobrador", de Paul Leduc (ficção, Argentina/Brasil/Espanha/México), baseado em obra do escritor Rubem Fonseca; "Cocalero", de Alejandro Landes (documentário, Argentina); e "Nacido y Criado", de Pablo Trapero (ficção, Argentina/Reino Unido).