| Foto: Divulgação

Ela é pequenininha. Estava usando um vestido verde bonito e um sapato de salto impressionante. Num primeiro momento, parecia até um pouco sem jeito com o holofote e os gritos da plateia, mas, quando começou a cantar – quando abriu a boca, literalmente –, não deu mais para perceber vestido, salto, luz ou qualquer outra coisa que não fosse a voz.

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Assustadoramente linda, a voz de Norah Jones impressiona ainda mais por ser algo tão potente vindo de alguém tão delicada. Na primeira parte da apresentação que fez no Teatro Positivo, na noite da última sexta-feira, ela mostrou canções do disco The Fall.

Com uma banda impecável – três guitarras (contando a que ela mesma tocava, quando não estava ao piano), teclados, baixo e bateria –, Norah fez tudo parecer fácil. Músicos eram perfeitos, não havia nada fora do lugar.

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"I love you!", alguém gritou em meio ao público. "Thank you, sir", respondeu Norah. Sempre que reagia aos apelos de alguém da plateia – e os gritos vinham sempre de homens –, a cantora usava "sir" ("senhor"). Isso pode servir de exemplo do quão humilde ela consegue ser sobre o palco.

Ela é o motivo para que todos estejam ali. É dela a voz que faz o público ficar quieto, arregalar os olhos e deixar a boca entreaberta ("queixo caído" é uma expressão que caberia bem aqui). No entanto, ela tem a atitude de um profissional que não alardeia o próprio talento – pense num sapateiro diante de uma sola de sapato bem colada.

O público uivou de alegria ao ouvir seus dois maiores sucessos, "Don’t Know Why" e "Come Away With Me", ambas do primeiro disco, lançado oito anos atrás, também chamado "Come Away With Me" e que já vendeu extraordinárias 23 milhões de cópias.

Um ponto alto do espetáculo foi quando ela, que é nascida no Texas, embalou composições de levada country, tocando um piano que parecia de brinquedo.

No fim de uma dessas músicas, a banda arriscou um trechinho de "Asa Branca", de Luís Gonzaga, e o público percebeu e agradeceu com gritos e aplausos.

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