Acusado de "vazar" cópia de "Tropa de elite" pode pegar 4 anos de prisão

Três funcionários da empresa de legendas Drei Marc foram identificados como os responsáveis por "vazar" cópias do filme "Tropa de Elite", que vem sendo vendido nas ruas do Rio de Janeiro, de São Paulo e na internet. Os técnicos de legenda William Correia Ferreira, Eduardo Cardoso e Marcelo Santos prestaram depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPim) durante toda a quarta-feira (29) na delegacia, em São Cristóvão, no Rio. Eles se acusaram mutuamente e confessaram o crime.

Marcelo Santos foi identificado como autor da primeira cópia pirata do filme e vai ser indiciado.

- Ele vai ser processado por violação de direitos autorais e pode pegar de um a quatro anos de prisão -disse o delegado Ângelo Ribeiro.

O diretor do longa, José Padilha, foi informado pelo próprio delegado sobre da identificação dos culpados do vazamento da cópia. O cineasta teria se sentido aliviado com a confissão dos acusados, provando não se tratar de "jogada de marketing" para promover o filme.

Santos fez três cópias do filme - uma sem time code aparente, outras duas com time code aparente. Time code é um cronômetro que indica a duração do filme e que aparece nas cópias de trabalho. Na delegacia, os três acusados alegaram que não tinham fins lucrativos.

O técnico disse para o delegado que fez a cópia por requisição de um ator do filme, Alexandre Moffati, que interpreta o capitão Carvalho, do Bope. O ator vai ser ouvido pela polícia.

Os acusados foram encontrados, no início da manhã de quarta-feira, em casa e levados para a delegacia. Após o depoimento, eles foram liberados. Uma quarta pessoa que participou das filmagens é suspeita de participar do esquema e vem sendo procurada.

O filme "Tropa de Elite" é baseado no livro "Elite da Tropa", de Luiz Eduardo Soares, Rodrigo Pimentel e André Batista. Previsto para estrear em novembro, a produção antecipou a estréia para 12 de outubro devido às cópias pirateadas do filme. As cópias ilegais foram descobertas por um policial do Bope, que viu a fita pirata no interior da unidade e denunciou a fraude aos produtores do filme.