Anjo Negro estreia no Festival de Curitiba com montagem sombria

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A peça Anjo Negro (confira o serviço completo do espetáculo), que estreou no Festival de Curitiba, na noite de quarta-feira (6), no Teatro da Reitoria, trouxe uma montagem sombria da obra clássica de Nelson Rodrigues. O público lotou a plateia, e algumas pessoas tiveram de ficar sentadas no chão, mas os aplausos ao fim do espetáculo foram tímidos.

O texto, de 1946, trata da relação de Ismael e Virginia, um negro casado com uma branca. Ela mata os filhos por não suportar a cor das crianças. A história trata de temas como racismo, a posição da mulher na sociedade e traz referências ao estupro. Há uma cena de sexo que deixou o público em um silêncio por cinco minutos.

Com mais uma apresentação nesta quinta-feira (7), a montagem traz um cenário com poucos objetos cênicos. Conta apenas com uma armação metálica, que serve de altar de igreja e cama. Para aumentar o drama do enredo, a pouca iluminação confundia os atores com os candelabros, a escada e a pequena capela pelo palco (intencionalmente).

Ao fim do espetáculo, os aplausos mornos podem ser conseqüência do desconforto provocado pela obra de Nelson Rodrigues. Com mais de 50 anos, o texto é atual e toca em pontos sensíveis da sociedade. Quem for conferir a peça mais tarde, vale a pena a reflexão proposta pela Cia. Teatro Mosaico.

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