Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Colagens, esculturas, objetos, instalações e pinturas formam a exposição "Novo Olhar", da artista plástica paulistana Amélia Toledo, 82 anos, atração no Olho do Museu Oscar Niemeyer (MON), a partir da quarta-feira (31). A mostra da artista, marca sua primeira passagem pela capital paranaense. A curadoria é de Mo Toledo, filho da artista.

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"Bolas-Bolhas" (1968), "Labirinto Azul" (1993), "Fatias de Horizonte" (1996) e "Pedra-Luz" (1999) são algumas das obras presentes. Os títulos apontam a ligação da artista com a natureza, traço marcante de sua obra. "Na arte, na comunicação, prepondera uma visão negativa. É um momento em que é preciso falar da vida, não do horror da morte. A gente tem que propor a positividade, fazer ecoar as idéias em um sentido da urgência que temos diante do que está acontecendo, da destruição da terra, do homem", enfatiza a artista, no material de divulgação. A mostra que chega a Curitiba tem dois núcleos: o trabalho com a cor e com os fenômenos, apresentados em salas distintas.

Muitas das obras podem ser tocadas. No núcleo dos fenômenos a artista explora a produção do som. No local estão as obras construídas por diversos elementos naturais como areia, pedra, madeira e conchas do mar. A obra "Gambiarra", é chamada pela artista de "ostras sonoras". A peça é semelhante a um varal de fio de nylon, no qual estão penduradas as partes abertas das conchas, como um "sino do vento". Ao toque do espectador produz um som. Da mesma forma "Os dragões cantores", obra inédita formada por um conjunto de rochas perfuradas, que ao serem tocadas com outras pedras menores se obtém sons graves e agudos.

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Já o núcleo que trabalha a cor exibe a instalação "Caminho das Cores", composta por aproximadamente 300 telas de jutas coloridas, que formam um grande labirinto pela sala expositiva. Em outra, "Pedra-Luz" (1999), a projeção de imagens manipuladas de conjuntos de pedras, propicia a sensação de que o espectador (deitado em um colchão sob um grande espelho) é "envolvido" pela obra. Carreira

Amélia Toledo freqüentou o ateliê de Anita Malfatti no fim da década de 1930. Estudou desenho, pintura e modelagem com Yoshiya Takaoka e Waldemar da Costa nos anos 1940. Nos anos 1950 iniciou o trabalho com pedras. Suas escolhas foram dirigidas às jóias feitas com fios de cobre e estanho. As jóias artesanais, de risco moderno, inseriram a artista no movimento de renovação dos objetos. As criações mereceram o reconhecimento da Bienal de São Paulo de 1963 e da Bienal de Arte Aplicada de Punta Del Este de 1964. Devido a importância que as jóias têm na carreira de Amélia que também estão presentes na mostra que chega a Curitiba.

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Serviço: Novo Olhar, com obras de Amélia Toledo. Abertura para convidados, terça-feira (30) às 19h. Período de exibição pública: a partir de quarta-feira (31), de terça a domingo das 10h às 18 horas. Olho do Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999) Tel.: (41) 3350-4400. R$ 4,00 e R$ 2,00. Até 27 de janeiro de 2008.

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