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“Menina com Sorvete” revela certa melancolia da infância. | Fotos: Reprodução
“Menina com Sorvete” revela certa melancolia da infância.| Foto: Fotos: Reprodução

Em 1977, Fernando Botero pintou uma Monalisa rechonchuda. A releitura de Da Vinci deu o que falar, mas acabou por ser exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York. Esta lá até hoje, fazendo rir e pensar devido ao estilo irônico e figurativo de seu criador, reconhecido a quilômetros de distância.

A exposição que abre nesta sexta-feira (7) na Galeria Simões de Assis (Alameda Dom Pedro II, 155 - Batel; mais informações no Guia), em Curitiba, faz um panorama da trajetória artística do pintor e escultor colombiano – que hoje tem 82 anos, mora em Paris e continua na lida. As 15 obras, entre pinturas e esculturas, representam o seu melhor: tipos inflados e arredondados, quase sempre em paisagens colombianas – as montanhas que cercam Bogotá, residências de Medellín, sua cidade natal, ou músicos borrachos depois da saideira.

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Botero tem influência clássica dos mestres renascentistas – estudou muito Giotto (1266-1337) e Piero della Francesca (1415-1492), artistas que o fizeram perceber o valor de figuras discretas pertencentes a um mundo ideal. Por isso seus “nudes” são de parar a avenida, não só pelas formas avantajadas das mulheres que retrata, mas pelo olhar puro e cativante que nos oferecem. Ao demonstrar certa ironia em seu trabalho, principalmente na pintura, e com ela realizar críticas sociais, o colombiano alcançou repercussão internacional, principalmente após os anos 1970. Hoje, é um dos artistas latino-americanos mais disputados.

“Em termos de exposição individual em galeria particular é a primeira vez no Sul do Brasil”, comemora o diretor do espaço, Waldir Simões, que conheceu o artista em 2000, em Paris. “Conversamos sobre arte durante todo o jantar. É uma figura simpática e extremamente ativa”, relembra. Em 2011, a Caixa patrocinou a exposição “Dores da Colômbia”, no MON. Na ocasião, foram apresentadas 67 obras do colombiano.

Fernando Botero tem obras expostas em Medellín, Bogotá (Museu Botero), MoMA e Metropolitan (Nova York), Masp (São Paulo), no Instituto Smithsonian (Washington), na Pace Gallery (Londres), no Pompidou (Paris) e em São Petersburgo, na Rússia.

Além disso, é possível trombar com algumas de suas esculturas em bronze em diversas cidades do mundo. Em Barcelona, por exemplo, o “Gato Grande de Botero” descansa na Rambla del Raval. “Ele está no mundo, mas nunca fugiu das origens”, diz Simões. A exposição fica em cartaz até 22 de agosto.

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