Criada em 2009 para estrear no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, a exposição “O mundo de Tim Burton” foi concebida originalmente como um passeio cronológico pela trajetória criativa do cineasta americano de 57 anos, conhecido por dirigir sucessos como “Beetlejuice – Os fantasmas se divertem” (1988), “Edward mãos de tesoura” (1990), “Ed Wood” (1994) ou a refilmagem de “A fantástica fábrica de chocolates” (2005).
No Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, a mostra, que abre na quinta-feira (4), propõe uma viagem ficcional pela mente do diretor americano. E Burton vem ao Brasil para participar de um bate-papo com o público no dia 11.
Museu da Imagem e do Som – MIS (Av. Europa, 158), (11) 2117-4777. De 4 de fevereiro a 15 de maio; de 3ª. a 6ª., das 11h às 20h; sáb., das 9h às 21h; dom. das 11h às 19h. Visita gratuita às terças; às sextas e domingos, R$ 12 nas bilheterias; quartas, quintas e sábados, R$ 40, apenas com compra antecipada pela internet (esgotado até o dia 9 de abril). Livre.
Segundo André Sturm, diretor do MIS, no novo conceito criado para a exposição, os mais de 500 objetos – entre esboços, pinturas, fotografias, storyboards, bonecos e outros itens do acervo reunido pelo diretor desde a infância – foram reagrupados em salas temáticas ligadas a sentimentos como medo, alegria, humor e melancolia.
“A ideia é tentar mostrar como ele cria, de que forma desenvolve seus projetos”, diz Sturm, acrescentando que Burton participou desta reformatação, aprovando propostas e dando suas próprias sugestões.
A curadora independente Jenny He, que ajudou a conceber a exposição original, trabalhou em parceria com o MIS e em contato direto com o cineasta para viabilizar a versão brasileira da mostra.
A americana, que chegou em São Paulo na semana passada, trabalhou com uma equipe de cerca de 300 pessoas para montá-la.
No papel
Duas salas do MIS-SP serão dedicadas à filmografia de Tim Burton e outra aos projetos não realizados. Esta reúne peças como desenhos e maquetes de filmes que nunca foram produzidos, como “Superman Lives”, que teria o ator Nicolas Cage como intérprete do Homem de Aço.
Ela cita a “sala da felicidade” como exemplo positivo da reorganização proposta pelo museu. Localizada em uma espécie de átrio com pé direito alto, a sala abrigará um inflável gigante de um personagem chamado Menino Balão. Ao redor dele, serão pendurados uma série de 25 polaroides criados pelo artista nos intervalos entre um filme e outro.
“Esse personagem foi criado especialmente para a exposição do MoMA e ficava na parte externa do museu. Aqui, ele ficará nesse átrio, com essas polaroides que Burton cria entre um filme e outro e mostram um pouco como funciona sua imaginação”, explica Jenny.
Numa segunda parte da mostra, estão dispostas mais três salas. Uma delas foi criada especialmente para o público brasileiro e reúne as principais influências artísticas do artista, listadas por ele. Não são itens de sua coleção pessoal, mas apenas referências como pôsteres do filme “Frankenstein” (1931) e uma reprodução da pintura “A noite estrelada”, de Van Gogh.